A educação dialógica é um conceito frequentemente citado no ensino brasileiro bem como do ensino internacional. Na prática, essa metodologia consiste na avaliação de fatores externos na hora de trabalhar com o ensino pragmático.

Isto é, ela se afasta da aula convencional, na qual um professor leciona aos alunos e desconsidera as experiências e os saberes que antecedem a aula. Com isso, o professor aprofunda os ensinamentos e considera todo o contexto social do aluno para que haja uma educação realmente efetiva e construtiva.

Indo além, o conceito também se destaca por considerar que a educação transformadora surge ao estreitar a relação entre alunos e docentes a partir de correlações entre conhecimentos, vivências, rotinas e, claro, o conteúdo apresentado em sala de aula.

Para explicar e aprofundar ainda mais sobre a educação dialógica, a Minha Biblioteca separou as principais informações para você. Confira!

O que é educação dialógica?

A educação dialógica e emancipatória é um conceito defendido pelo patrono da educação brasileira, Paulo Freire, que, em sua obra, defende a educação como um encontro bilateral. Ou seja, em vez do ensino unilateral, no qual os alunos ouvem e aprendem, tanto professor quanto aluno interagem e desenvolvem juntos um processo educacional mais liberto.

Ainda de acordo com Freire, essa metodologia busca a libertação a partir da quebra da relação hierárquica dentro da sala de aula. Com isso, deixa-se de haver um papel de professor e aluno, e sim uma rede de pessoas em busca de um saber efetivo.

Nesse caso, as aulas funcionam como formas de apresentar conhecimentos específicos à rede e, desse modo, alcançar diferentes objetivos, como passar em uma faculdade, trabalhar em uma área de conhecimento ou simplesmente aprender.

Em um cenário assim, a educação dialógica se apresenta como a melhor alternativa para garantir o poder de fala ao aluno e trazer mais clareza às necessidades e aos objetivos dos educandos.

Críticas ao ensino tradicional a partir da educação dialógica

Como Paulo Freire pontua, a educação dialógica funciona como um modelo contrário da educação tradicional. Isso porque o ensino brasileiro parte da perspectiva unilateral.

De acordo com Freire, o ensino brasileiro crê no modelo de memorização de conhecimento, isto é, ele transmite e espera que haja a reprodução desse novo saber. Porém, à medida que o tempo passa, o ensino pragmático se distancia ainda mais do contexto dos novos alunos.

Isso faz com que o professor, então provedor e protagonista dos novos saberes, fique refém de uma metodologia de ensino que ignora as reais necessidades dos alunos, que têm o papel de receber e repetir os novos conhecimentos aprendidos em sala de aula.

Entenda qual é o papel do professor na perspectiva da educação dialógica

Grande parte da capacidade de criticar ideias e posicionamentos é desenvolvida pelos indivíduos em sala de aula com ajuda dos professores. Além disso, o pensamento crítico é uma habilidade capaz de fazer com que as crianças e os adolescentes se tornem cidadãos politizados e conscientes de suas escolhas.

A política, enquanto característica atrelada a um indivíduo, diz respeito a capacidade de entender e usufruir dos seus direitos, bem como conhecer e cumprir com seus deveres. Permitindo que este seja um cidadão conscientemente ativo dentro da sociedade. 

O professor em atividade representa a figura intermediadora do conhecimento, assim como também é atribuído à sua profissão o preparo dos seus alunos para vivências intelectuais dentro e fora da sala de aula.

Por que a educação dialógica é considerada como emancipatória?

Ao contrário do ensino tradicional, a educação dialógica é considerada emancipatória por tratar o diálogo como uma necessidade. Graças ao canal bilateral de fala, os alunos se veem de frente com outras perspectivas e encontram uma independência de saber.

A educação dialógica e o diálogo têm uma relação que provoca a emancipação do aluno. O aprendizado dialógico consiste em dar lugar à fala do aluno e do professor. Com isso, o desencontro de diferentes visões é inevitável.

Felizmente, a partir da visão ampliada de um mesmo saber, o aluno alcança a própria perspectiva e se emancipa pela visão, independentemente de um assunto.

No ensino tradicional, por não ter espaço para diálogo, não há conflito e por isso não provoca nenhuma mudança que proporciona a emancipação do pensar. Já na pedagogia dialógica, os diálogos geram debates que, por consequência, alcançam mudanças no ponto de vista do aluno.

Principais características da educação dialógica

Embora Paulo Freire seja o principal responsável por popularizar a pedagogia dialógica e defender o diálogo em sala de aula, outros pensadores visitaram esse conceito, como Jerome Bruner, Jürgen Habermas e Gordon Wells.

Em comum, os pensadores têm princípios similares para definir uma metodologia dialógica. Entre eles estão:

  • Diálogo igualitário: a equidade do poder de fala tem um papel muito importante dentro da sala de aula, afinal o diálogo deve ser democrático. Nesse caso, o diálogo não pode ser hierarquizado e precisa da promoção constante;
  • Criação de sentido: o ensino dialógico se pauta por contextos externos relacionados à vida, às expectativas e às práticas dos novos conhecimentos. Desse modo, todo saber precisa de sentido para ser efetivo;
  • Transformação: a interação dentro da sala de aula parte da busca por transformação e ela apenas é possível pela interação;
  • Inteligência cultural: esse princípio surge por meio da compreensão de fatores externos e internos ao ambiente de estudo, como as vivências cotidianas, históricas e sociais;
  • Acesso igualitário: a pedagogia dialógica acontece por conta da igualdade de acesso das ferramentas de aprendizado;
  • Dimensão social: os aprendizados em sala de aula não se limitam à instituição de ensino, uma vez que os conceitos compreendidos são equiparados à sociedade;
  • Solidariedade: a educação dialógica é conflituosa por natureza e justamente por isso a solidariedade se mostra indispensável para garantir relações amistosas entre alunos e professores.

Como desenvolver uma educação dialógica?

A aplicação da pedagogia dialógica pode ser feita ao substituir modelos hierárquicos de ensino e propor mudanças mais interativas, participativas e até digitalizadas.

Confira abaixo alguns pontos que devem ser observados durante o processo de implementação da educação dialógica em uma instituição de ensino.

Valor social

O primeiro passo está no entendimento do valor social do aluno, compreendendo os seus saberes individuais e perspectivas únicas. Felizmente, o ambiente digital tem sido relevante por estreitar ainda mais a relação entre alunos e professores, permitindo estímulos dentro e fora da sala de aula.

Metodologias

Outra característica para implementar uma educação dialógica está na formação metodologias que busquem despertar e valorizar as características individuais dos alunos, pautando-se sempre pelo objetivo da graduação.

Gestão de ensino

Em relação aos agentes de ensino, eles devem assegurar espaços de um ensino acessível. No ensino superior, isso se mostra um desafio, visto que muitos alunos sentem falta de ensinos e aprendizados anteriores. Nesse caso, caberia ao professor reeducar o aluno.

Acessibilidade

Por fim, o último passo para implementar a educação dialógica seria incluir uma infraestrutura com canais acessíveis para todo estudante. A tecnologia se mostra como uma excelente alternativa para garantir ambientes de aprendizado mais democratizados. Um exemplo é o serviço de Biblioteca Digital para IES, idealizado pela Minha Biblioteca.

Educação dialógica e metodologias ativas: qual é a relação?

Ao pensarmos em métodos ativos de ensino e na educação dialógica, estamos nos referindo a sistemas educativos nos quais os estudantes são protagonistas, diferentemente dos modelos expositivos, em que o professor é considerado o detentor legítimo do conhecimento.

As metodologias permitem que os alunos sejam participantes durante o processo de aprendizado em discussões, seminários e apresentações – tudo isso a fim de proporcionar uma maior experiência com o conteúdo trabalhado, existindo também uma troca de conhecimento entre aluno e professor.

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