Para ministrar as disciplinas no ensino superior, os professores precisam de estudo, planejamento e criatividade, para elaborar aulas que atraiam o interesse, a atenção, o engajamento dos alunos e garantam uma aprendizagem efetiva de qualidade. Neste sentido, saber como fazer um plano de ensino nos cursos de graduação é essencial.
Porém, nem todos os docentes estão preparados ou sabem como fazer um plano de ensino anual adequado que contenha os itens necessários para ajudar na construção das aulas e desenvolvimento das competências exigidas pelo mercado de trabalho.
Até porque o plano de ensino é o elemento que vai basear toda a prática pedagógica e evolução da matéria.
Por isso, neste artigo, vamos mostrar o que os professores precisam saber para fazer um plano de ensino efetivo, tanto para a educação presencial, quanto para educação a distância.
O que é um plano de ensino para a graduação?
Basicamente, o plano de ensino é a programação do conteúdo a ser estudado e explicado para os estudantes e das atividades pedagógicas a serem aplicadas durante o desenvolvimento da disciplina no período letivo.
Com isso, engloba os objetivos da matéria, assim como descreve os métodos e técnicas para atingir tais resultados. O plano ainda conta com toda a bibliografia usada pelo docente, que necessita de um catálogo de ebooks segmentado por área do conhecimento para apoiá-lo. Afinal, com um acervo digital, fica muito mais fácil a realização do trabalho dos professores.
Assim, tal plano permite que os docentes preparem as aulas de forma mais assertiva e executem tudo aquilo que foi programado previamente.
Vale lembrar que o plano deve ser dinâmico, reflexivo e dialógico para promover uma melhor aprendizagem. Da mesma forma, ele precisa ser flexível para inserir os estudantes na construção das aulas para alterar a metodologia de ensino quando necessário e para adicionar novas bibliografias relacionadas e recentes.
Plano de ensino x plano de aula: qual é a diferença?
Existem muitas dúvidas sobre como fazer um plano de ensino, pois ele é bastante confundido com o plano de aula. Na verdade, o plano de ensino se trata de um planejamento completo, que pretende guiar de forma geral as atividades de uma determinada disciplina enquanto durar o período letivo. Esse plano deve ser elaborado de forma a possibilitar alterações, de acordo com as necessidades de aprendizagem.
Entre os principais objetivos do plano de ensino, estão a carga horária e a ementa da disciplina. Também devem ser apresentados itens como a justificativa, além dos objetivos gerais e específicos.
Já o plano de aula é um roteiro que serve para orientar uma determinada aula, com todos os conhecimentos e atividades que estarão envolvidas. Por isso, deve conter mais detalhes, com atenção a todas as fases de apresentação de conteúdos e tarefas, além de consolidação, por meio da fixação de exercícios e avaliações.
Em uma aula de Língua Portuguesa, por exemplo, o tema da aula pode ser definido como o “uso da crase”. Entre os objetivos, podem estar a definição do conceito da crase e a demonstração da sua função, além de quando usar ou não. Podem ser definidos recursos como a leitura do trecho de uma música que exemplifica o uso de crase.
Benefícios do plano de ensino para a graduação
A seguir, confira os principais motivos para elaboração e aplicação de um plano de ensino para a graduação, tanto para os docentes quanto para os alunos.
Auxiliar o desenvolvimento da disciplina
O planejamento deve funcionar como um norte para o desenvolvimento da disciplina e facilitar o trabalho dos professores. Neste ponto, os discentes também ganham a possibilidade de obter maior progresso. Para isso, o professor deve se questionar o que é importante que o aluno aprenda, diante do perfil e das concepções pedagógicas do curso.
Medir resultados
Outro ponto positivo importante na hora de estabelecer como fazer um plano de ensino é que ele possibilita aos estudantes a mensuração das suas tarefas. A partir dos objetivos estabelecidos, é possível avaliar se o aluno está tendo um bom desempenho. Caso esteja abaixo da média, pode encontrar uma maneira de melhorar esse resultado.
Portanto, o plano de ensino é importante para os estudantes para que tenham mais motivação para alcançar as metas definidas, ao invés de apenas lidar com uma grande quantidade desordenada de informações.
Alinhamento de objetivos
A construção de um planejamento para o ensino de uma disciplina também proporciona o alinhamento entre as intenções de professores e alunos. As duas partes passam a ter conhecimento do que deve ser feito para que a matéria seja concluída de forma satisfatória.
E as consequências de não ter um plano de ensino?
Por outro lado, não construir um plano de ensino pode fazer com que a disciplina seja ministrada com improvisação, por exemplo. Veja adiante algumas consequências de não adotar esse método!
Falta de sistematização
Caso os docentes não elaborem um plano de ensino eficaz, a disciplina pode avançar marcada pela improvisação. Sem a estruturação necessária, que permite identificar e corrigir possíveis dificuldades e imprevistos, a matéria pode não alcançar todo o seu potencial didático.
Dificuldade de aprendizagem
A ausência de planejamento da disciplina também pode acarretar em aulas em que os alunos fiquem sem orientação quanto ao conteúdo que será apresentado. Essa falta de orientação pode prejudicar a aprendizagem da matéria e dificultar a conquista dos resultados pretendidos pelo professor.
Descontinuidade
A inexistência de um plano de ensino ainda pode causar um descontrole das atividades que serão desempenhadas na disciplina. As ações podem ocorrer de forma desordenada e sem coerência com os objetivos definidos.
Principais elementos de um plano de ensino eficiente
Depois de entender o conceito e as vantagens de um plano de ensino, é importante saber como elaborar esse planejamento, de que maneira a estrutura deve ser desenvolvida e quais elementos não podem faltar neste processo.
Para auxiliar os docentes neste contexto, separamos os 10 itens essenciais que devem constar no plano de ensino das disciplinas de graduação. Vamos lá!
1. Título da disciplina
A construção de um plano de ensino começa com as informações básicas de identificação da matéria. Neste caso, é preciso colocar o nome do curso (como por exemplo Medicina), nome ou título da disciplina (Fisiologia), código da disciplina, ano e semestre da turma, período (noturno ou diurno) e nome do professor.
2. Carga horária
Este passo segue ainda a relação de informações básicas e apresenta o número de créditos, o horário da aula, a carga horária semanal e semestral da disciplina.
3. Ementa
A ementa traz os pontos essenciais do conteúdo programático da disciplina. Por isso, deve seguir a linha pedagógica adotada pela instituição de ensino superior e ser descrita com frases curtas e objetivas, indicando claramente o escopo e foco da matéria. Um parágrafo com quatro ou cinco linhas deve resumir bem os tópicos do conteúdo.
Além disso, a ementa não pode ser alterada sozinha pelo professor, já que é criada em conjunto com a coordenação do curso.
4. Objetivos gerais e específicos
Os objetivos envolvem os assuntos descritos no item anterior e apresenta a função de tornar possível a execução da ementa. Para isso, são detalhados os conteúdos e competências que os alunos deverão conhecer, compreender, debater e analisar na disciplina.
Podem ser separados em objetivos gerais, que contam com planos mais amplos ao longo da matéria, e objetivos específicos, que serão abordados e acompanhados nas aulas. Vale destacar que os objetivos devem ser explicados em forma de tópicos e com verbos que exprimem a ação.
5. Justificativa
Este tópico de como fazer um plano de ensino é muito simples. Trata-se, na verdade, do motivo de trabalhar e desenvolver determinados assuntos durante o período letivo da disciplina.
6. Metodologia
Aqui, deve ser apresentado o conjunto de estratégias pedagógicas utilizadas pelos professores para facilitar o processo de aprendizagem, com o objetivo de que os alunos assimilem o conteúdo.
Os recursos e metodologias aplicadas devem atender à explicação dos conteúdos, ao tempo disponível nas aulas e às particularidades da turma. Alguns métodos possíveis são: aulas expositivas, demonstrativas, práticas, estudo de caso, leituras, debates e seminários, trabalhos em grupo, trabalhos em campo, visita técnica, jogos colaborativos e outros.
Neste sentido, as tecnologias e ferramentas educacionais podem ajudar e muito o processo de aprendizagem, com estímulos audiovisuais e maneiras de engajar os alunos. O que é ainda mais relevante para a educação a distância, que necessita de estratégias de ensino que motivem os alunos e garantam seu aprendizado.
7. Conteúdo programático
Os professores devem detalhar os conteúdos apresentados na ementa com a organização e hierarquização dos assuntos que serão trabalhados em módulos. Assim, os temas, conceitos e conhecimentos serão especificados e divididos entre os diversos pontos abordados ao longo da disciplina.
Para embasar este elemento, vale usar catálogos segmentados de livros digitais da área de conhecimento da disciplina, que ajudam a explicar os principais assuntos a serem trabalhados.
8. Critérios de avaliação
Os processos de avaliação contemplados no plano de ensino nada mais são do que as formas de medir a aprendizagem dos estudantes na disciplina. Então, os professores devem especificar e detalhar quais os critérios e informações sobre as avaliações, como trabalhos e provas a serem realizados, as datas programadas e a atribuição de notas aos alunos.
Neste ponto, no ensino superior, é comum a aplicação de provas, exercícios, atividades em grupo, pesquisas de campo, elaboração de projetos, desenvolvimento de experiências, entre outros. No modelo EAD, é possível adequar os critérios de avaliação para exames virtuais, debates e apresentações online, entre outros.
9. Planejamento das aulas
Dentro das etapas de como fazer um plano de ensino, o planejamento de aulas é um dos aspectos mais importantes, pois será de extrema utilidade para professores e alunos. Afinal, ele permite a estruturação de todo o conteúdo que será trabalhado ao longo das aulas de acordo com um cronograma.
Assim, os docentes podem planejar as aulas de forma eficiente e os alunos poderão organizar as leituras de textos e execução de atividades conforme o programado.
É importante separar a primeira aula para apresentação e algumas aulas para revisão de conteúdo. No decorrer do período letivo, é possível complementar o planejamento com textos ou atividades adicionais.
No nosso blog, já publicamos materiais para dar apoio aos professores no planejamento de aula. Confira:
- 6 dicas de como fazer um plano de aula eficiente
- Como fazer o planejamento de aula para o ensino superior a distância
- Passo a passo de como fazer um plano de aula efetivo para o EAD
- Planejamento de aula: 6 dicas para professores se adaptarem para o EAD
- 5 passos para montar um planejamento educacional eficiente
Bibliografia
As referências bibliográficas são todos os materiais ou fontes de pesquisa utilizados pelos professores na hora de fazer um plano de ensino. Além disso, as referências bibliográficas tratam das indicações de conteúdo e da base teórica para consulta e leitura dos estudantes.
Pode ser dividida em básicas, que são as bibliografias obrigatórias e que servem de base para o entendimento da disciplina, e complementar, que traz informações adicionais e tem como objetivo enriquecer a bibliografia básica.
Do mesmo modo que ajudam na elaboração do conteúdo programático, os catálogos segmentados de livros digitais podem apoiar os docentes pois permitem a recomendação dos ebooks necessários para os alunos estudarem, consultarem, fazerem trabalhos acadêmicos e desenvolverem seu conhecimento.
Como fazer um plano de ensino para graduação: veja passo a passo
Com os elementos essenciais para o plano de ensino em mãos, detalhamos a seguir quais passos podem ser seguidos para construir o planejamento. Confira!
Questione o propósito
Para fazer um plano de ensino coerente, é interessante começar respondendo algumas questões importantes. O professor pode se perguntar sobre pontos como: o quê, com qual objetivo e de que maneira ensinar. Esses tópicos são essenciais para compreender a montagem do planejamento.
Utilize ferramentas da tecnologia
Para auxiliar o corpo docente no procedimento de criação do plano de ensino, algumas ferramentas tecnológicas podem ser usadas. Uma delas é o Edmodo, um aplicativo que oferece funcionalidades para que o professor elabore o planejamento. Outro recurso é o Google Classroom, que permite, além de organizar o plano, criar aulas mais interativas.
Faça uma tabela
Para tornar a criação do plano de ensino menos complicada, você pode montar uma tabela que contenha os elementos mais importantes, como o nome da disciplina, a carga horária, os objetivos gerais e específicos, a metodologia e as formas de avaliação.
Escolha o material de apoio
Selecione ainda qual deve ser o material de apoio, em consonância com os objetivos da disciplina. Veja se é mais apropriado usar vídeo, texto ou áudio para complementar o ensino. O conteúdo pode auxiliar os professores a desenvolver as aulas e os alunos a acompanharem a matéria.
Realize a correção
Por fim, faça uma revisão de todos os elementos definidos e considere se está de acordo com a sua intenção com a disciplina. Veja se há mais algum objetivo a ser acrescentado ou recurso bibliográfico que merece ser incluído. É importante lembrar que esse planejamento é flexível e ainda pode ser alterado se houver necessidade.
Como a Minha Biblioteca pode ajudar na construção do plano de ensino
Para saber como fazer um plano de ensino, você, que é professor, pode e deve contar com a ajuda de uma plataforma de livros digitais com catálogos segmentados.
A Minha Biblioteca é a ferramenta que você precisa e possui os principais ebooks técnicos, acadêmicos e científicos em 7 áreas do conhecimento: Saúde, Medicina, Jurídico, Exatas, Sociais Aplicadas, Pedagogia e Letras & Artes.
Assim, os docentes podem consultar as obras mais atualizadas, de autores renomados, que vão servir de referência para a elaboração do plano de ensino, tanto na criação do conteúdo programático, como no planejamento de aulas e na indicação de bibliografia aos estudantes.
Tudo com fácil acesso a partir de qualquer dispositivo conectado à internet, garantindo maior praticidade e comodidade.
Além disso, é possível utilizar recursos como anotações, marcação e busca por palavras-chave que facilitam a utilização da plataforma no desenvolvimento do plano de ensino.
Ficou interessado? Se a sua instituição de ensino superior ainda não assina a Minha Biblioteca, solicite uma proposta agora mesmo.
Gostou deste conteúdo? Este e outros artigos você pode encontrar no nosso blog:
- Competências em educação a distância: qual o papel dos professores e tutores?
- Aprendizagem a distância: como superar os desafios da avaliação
Até a próxima!