Minha Biblioteca 2023: liderança em Educação Superior para fomentar a transformação digital em novos mercados

A Minha Biblioteca começa 2023 com crescimento do time e a missão de aumentar o engajamento com os leitores da plataforma, além de levar a liderança em Educação Superior para a criação de novas linhas de negócio. Em 2022, a maior e mais completa plataforma de livros acadêmicos do Brasil passou por uma atualização de identidade visual, ultrapassou a marca de 5 milhões de leitores e consolidou sua liderança no segmento com mais de 1.100 Instituições de Educação Superior atendidas, além de presença na Educação Técnica, organizações privadas e órgãos públicos.

A inovação, que faz parte do DNA da marca, se soma ao pioneirismo com uma mulher a ocupar, pela primeira vez, o principal cargo da empresa. Com sólida experiência no segmento de Educação, Giselle Guimarães Ramos assumiu como CEO em setembro de 2022 e, para 2023, aposta no reforço de relacionamento com parceiros, no fomento à transformação digital e no estímulo à diversidade e inclusão. Confira!

MB – Quais os projetos da Minha Biblioteca para 2023 e os principais desafios e oportunidades?

Giselle G. Ramos – O aumento da popularidade de modelos de negócios como o nosso, que oferece “acesso contínuo” a bibliotecas de e-books, reflete em um ambiente de mercado digital em pleno movimento, o que é muito animador. Este ano, a Minha Biblioteca tem como principal objetivo levar a leitura para novos consumidores e aumentar seu engajamento com o leitor, especialmente na Educação Superior. Temos um grande compromisso com a Educação e entendemos como imprescindível um maior engajamento. Não basta ter acesso ao livro, queremos estudantes lendo e consumindo conteúdo. Sabemos que a pandemia acelerou o consumo de e-books e audiobooks, mas temos ainda um longo caminho. Queremos que o leitor tome a vantagem de um acervo rico e faça o melhor proveito dele.

É curioso que o Brasil é um dos poucos ou o único país em que os preços médios de e-books não aumentaram. Para os outros países esta elevação nos valores significará novas perspectivas para construir catálogos mais relevantes, repensar públicos-alvo e melhorar sua jornada como leitor. Acredito que não deixamos de ter perspectivas parecidas, mas o cenário internacional parece ter acomodado melhor o preço da biblioteca digital, do que o Brasil, lhe dando maiores possibilidades.

Em virtude do comportamento do consumo dos últimos anos que considera, é claro, o período da pandemia, podemos esperar que se siga cada vez mais a rotina do vídeo e música sob demanda. Ou seja, um modelo completamente orientado a um tipo de acesso que vai exigir conhecer as preferências do consumidor e a sua forma de consumir, o que impacta diretamente em diferentes modelos de negócio. A variedade de livros será ainda mais demandada e isso faz parte da evolução do que oferecemos.

MB – A tecnologia tem sido uma importante aliada no desenvolvimento de metodologias ativas na Educação e no estímulo ao protagonismo do estudante. Como avalia esta questão?

Giselle G. Ramos – De fato, é uma aliada importantíssima que foi intensificada durante a pandemia. As instituições de ensino têm hoje um número enorme de ferramentas tecnológicas que podem auxiliar no processo de aprendizagem. A grande prova de que a tecnologia chegou para ficar na Educação é a nossa presença em mais de 70% das instituições de Educação Superior do Brasil. Estamos falando de 5 milhões de leitores.

Vejo os e-books como o ponto de partida, quando se fala de Educação com uso de tecnologia.  Esse  é o estágio mais básico de inserção tecnológica e, curiosamente, um dos que traz mais economia para as instituições de ensino. A biblioteca física é muito mais cara do que a digital que, por sua vez, não ocupa espaço físico, entrega uma experiência incomparável ao estudante, começando por não ter que aguardar na fila da biblioteca para pegar o livro, que pode não estar disponível. Isso sem falar nos recursos que o livro digital traz, como busca e navegação dinâmica, responsiva e intuitiva.

É importante destacar que há muitas edtechs fazendo trabalhos maravilhosos para aumentar os níveis de Educação. As novas tecnologias vêm transformando a aprendizagem além de permitir, em vários casos, que os estudantes aprendam em seu próprio ritmo e de acordo com suas habilidades – isso é muito mais importante do que se imagina. Em uma sala com 30 alunos, por exemplo, como o professor acompanha os discentes que estão com diversos níveis de dificuldade? Esta  diversidade, até de níveis de dificuldade, é rica em sala de aula e permitir que cada estudante melhore seus índices de aprendizagem por meio de tecnologia é incrível. Imagine o aluno fazendo a tarefa de casa em uma plataforma que entende o seu nível de conhecimento e faz as perguntas certas até que ele chegue ao ponto máximo de informação de determinada área? Além de aprender mais, acredito que a tecnologia traz outro benefício muito importante: praticar o que foi absorvido, como em jogos de simulação. Afinal, cada estudante tem uma forma diferente de aprender e uma pode ser mais eficaz do que outra. A tecnologia entra como facilitadora desse processo. 

Nesse sentido, é muito encorajador ver a evolução da Educação. Claro que não podemos perder de vista que 2022 foi o ano de menor investimento em Educação pelo governo federal na última década e o retrocesso que isso trouxe ao setor da Educação. O impacto é enorme e temos um processo muito longo para adoção de tecnologia em todas as esferas.

 

MB – A Minha Biblioteca se rege pela Inovação. Para você, o que é Inovação e como a plataforma pode contribuir ainda mais neste processo de inserção da tecnologia na Educação? 

Giselle G. Ramos – De forma muito simples, inovação é encontrar a solução para um problema. O grande desafio está em descobrir qual é o real problema. Essa é a principal questão. Muitas vezes vemos grandes produtos sendo inventados, recursos mil para sua criação e não enxergamos a solução de um problema. 

Hoje, na Educação Superior e no mercado em que a MB está, entendo que a inovação é trazer o estudante para que consuma conhecimento por meio da leitura. Não queremos estar em todas as universidades apenas por estar e, sim, para que o conhecimento seja consumido – e nessa área temos muito a evoluir, até porque a forma de obter conhecimento mudou. 

Não se compra mais livros para decoração da casa como antigamente, da mesma forma que CDs – alguém lembra de amigos eufóricos em mostrar sua coleção pessoal? Isso acabou. O mesmo acontece com os livros. A gente sempre terá um exemplar de cabeceira, um livro que leva ao viajar, no entanto, cada vez mais, teremos acesso à informação e conhecimento pelas ferramentas digitais.      

“Soft skills deveriam entrar nas universidades como temas obrigatórios para garantir o desenvolvimento pessoal. Prefiro usar o termo human skills que são habilidades essenciais, mas deixadas de lado muitas vezes”

MB – Lifelong learning é um tema cada vez mais discutido no Brasil. Como acredita que este direcionamento pode contribuir para Educação e o próprio mercado de trabalho?

Giselle G. Ramos – Lifelong learning significa dizer que aprender não tem fim ou hora para acabar. O diploma passa a ser só um passo dentro de muitos na jornada educacional de qualquer pessoa (e não necessariamente um passo imprescindível, diga-se de passagem). Essa necessidade de estar em contínuo estudo é fruto das novas exigências do mundo moderno. Hoje, máquinas realizam tarefas que nunca foram imaginadas e, se você pensar no número de profissões que existirão nos próximos anos e que ainda nem foram inventadas, as transformações no mercado de trabalho serão exorbitantes e as pessoas devem se preparar para isso.

O desafio não é pequeno, mas anseio por universidades em que cada vez mais os estudantes possam construir seus próprios módulos de aprendizado, que se baseiam em seus gostos individuais, com uma cultura de feedback, para que discentes e docentes possam discutir a escolha de módulos e seu desenvolvimento.  

MB – A busca pela formação humana e pelo desenvolvimento e valorização das soft skills é uma tendência no mercado de trabalho e na Educação. Como avalia este movimento? 

Giselle G. Ramos – As soft skills deveriam entrar nas universidades como temas obrigatórios para garantir o desenvolvimento pessoal, não há dúvida. Prefiro usar o termo human skills que são habilidades essenciais, mas deixadas de lado muitas vezes. Devem ser lecionadas para a criação de bons líderes e isso nem sempre acontece. Promove-se frequentemente o funcionário de alta performance, mas isso não quer dizer que ele pode liderar um time ou que está preparado para isso. Para mim, não faz sentido: só porque é uma pessoa incrível em desenvolvimento de negócios se tornar o Diretor Comercial. Ser bom em vendas não o capacita para ser um bom gestor.

A transformação digital é inegável, mas diversas competências ainda são exclusivamente humanas. Estamos vendo grandes problemas em corporações em virtude da falta de empatia dos líderes, inteligência emocional, capacidade de resolver conflitos, escuta ativa e o que se dirá de comunicação interpessoal. Não dá para afirmar que essas skills são menos importantes. Essas skills não são para o futuro, são para ontem.

MB – Você assumiu como CEO há alguns meses. Como enxerga a importância de ter sido a primeira mulher a ocupar o principal cargo da empresa? Acredita que essa representatividade contribui para o negócio?

Giselle G. Ramos – Se a gente pensar nas grandes corporações, onde encontramos mais dados, não temos nem 5% de mulheres ocupando esses cargos. A empresa contrata um determinado perfil de executiva porque precisa dela para o desenvolvimento de seus negócios. Para mim, é uma honra trabalhar na Minha Biblioteca nesta posição num momento tão chave da organização e podendo ter um novo olhar sobre como fazemos tudo nela.

Acho que o fato de ser mulher me faz pensar mais sobre os aspectos de diversidade. Uma das metas dentro da Minha Biblioteca, para este ano, é se beneficiar da diversidade do Brasil trazendo mais profissionais para compor o time. Não se trata de cotas, mas de buscar gente boa com ideias diferentes das minhas para fomentar discussões mais ricas e termos um produto que é para todos. Nosso time deve se tornar cada vez mais heterogêneo, se é que essa é a palavra mais adequada.   

“É essencial que nossos colaboradores encontrem no trabalho a razão por fazê-lo com paixão e plenitude e entendam a contribuição dele para a empresa e para o mundo”

MB – Quais são os pilares para uma liderança de sucesso?

Giselle G. Ramos – Eles estão completamente conectados às human skills. Eu acredito piamente em confiança e, como CEO, sou responsável pelas pessoas que de fato estão no comando. Sou responsável pelo time que deve oferecer a melhor experiência para os nossos parceiros e pela equipe que está operando. Eu não sou a pessoa que traz os resultados, meu time é. Para isso acontecer, os colaboradores têm que ser o melhor que eles podem, sendo quem de fato são. É imprescindível que como CEO nenhum trabalho seja centralizado por mim – minha função é ser responsável pelo time que o realizará.

Empatia – precisamos entender que essa é uma habilidade imprescindível. Do que adianta apontar os problemas de cada time sem conhecer o panorama e os desafios encontrados por eles? A falta de empatia não inspira ninguém, acho que é algo que deve ser cada vez mais praticado. 

Liberdade para ser vulnerável – as pessoas têm medo de errar, dizer que não sabem o que estão fazendo. É importantíssimo ter empatia e compartilhar que está tudo bem errar. Aliás, eu adoro errar, pois significa que estou tentando e se eu souber que estou errando posso recomeçar e tentar de novo. Eu costumo dizer que se ninguém está errando algum problema há. Esse é o ambiente que eu procuro. Está tudo bem errar e questionar tudo! A gente não precisa estar certo o tempo todo. Não é sobre acertar ou errar.

Quando criei times ou recebi equipes prontas, sempre busquei pelo propósito deles no trabalho. Eu sinto que quando a pessoa não tem propósito no trabalho, as chances de sucesso tendem a ser menores. Por isso, sempre tentei apoiar para que passassem a ter. Quando se trabalha com propósito engajamos mais, entregamos mais e claro, o turnover tende a ser menor.

É essencial que nossos colaboradores encontrem no trabalho a razão por fazê-lo com paixão e plenitude e entendam sua contribuição para a empresa e para o mundo. Sempre foi importante que meus times passassem a gostar de sua função e encontrassem alegria e realização nela.

Eu procuro me comunicar da forma mais transparente possível. Sou uma pessoa direta, falo o que penso e isso acaba dando muita clareza aos times sobre aonde queremos chegar ou onde está o problema. 

Parece um tema batido, mas as empresas pecam muito ainda pela falta de comunicação interna. É importante que todos se comuniquem de forma horizontal, sem se preocupar com quem responde para quem. Acho que o potencial de inovação aumenta quando essas paredes hierárquicas caem porque as ideias são compartilhadas de forma mais ágil. Além disso, ao me comunicar quero escutar. Não se impõe nada esperando resultados incríveis. A imposição me incomoda muito e ela acontece quando não há uma escuta ativa.

Na minha opinião, o ambiente de trabalho é de extrema relevância. Tem que ser o mais agradável possível, seja ele em casa ou no escritório. Meus times escolhem onde querem trabalhar. Nós temos um escritório ficando lindo com um projeto de renovação, que deverá estar pronto ainda neste mês com todo conforto para os colaboradores, mas eles têm a opção de trabalhar em casa ou em outros lugares. Isso faz uma diferença enorme na vida de toda equipe e que, por sua vez, gera uma alta produtividade. 

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