A Educação 5.0 consiste em alinhar a pedagogia às novas tecnologias e suas tantas possibilidades, promovendo a transformação social no ambiente acadêmico. Dessa forma, a aprendizagem em modelos tradicionais deu espaço a processos mais ágeis, humanizados e apoiados pela tecnologia em todo o processo acadêmico.
Essa transformação digital com o uso de recursos tecnológicos traz maior flexibilidade e autonomia para o estudante, fazendo com que o processo seja mais dinâmico.
Contudo, entre essas mudanças significativas, a biblioteca digital chegou para tornar o ensino mais acessível e inclusivo, e isso refletiu diretamente na atuação do bibliotecário nas IES.
Agora, os profissionais da área encontram novos desafios e precisam se adaptar para além da manutenção e guarda do acervo físico. Com a utilização da biblioteca digital, o bibliotecário adquire um papel mais voltado para a curadoria e muito mais analítico.
Para explicar melhor e trazer mais detalhes sobre o bibliotecário na era do acervo virtual, a Minha Biblioteca traz insights sobre o passado e o futuro dessa indispensável profissão para a educação brasileira. Confira!
Quebra do modelo tradicional de biblioteca
O mundo está hiperconectado. Durante o processo da Terceira Revolução Industrial, baseada na relação técnico-científico-informacional, os países compartilham informações em tempo real.
Essa nova forma de produzir e consumir conteúdo não funciona de modo individual. Pelo contrário, hoje, já na Quarta Revolução Industrial, agora baseada em big data, todas as áreas se reinventam, assim como as profissões.
Na área da educação, por exemplo, os modelos de ensino híbrido e EaD ganham mais adeptos e se mostram tão eficientes e desafiadores quanto o modelo presencial. Nesse sentido, há um esforço em se adaptar às mudanças por parte das IES.
Assim, processos que antes eram presenciais passam a ser virtualizados e incrementados com soluções que apenas a tecnologia proporciona. Esse fator tem “quebrado” o modelo de biblioteca tradicional, que contava apenas com exemplares físicos.
A chegada do acervo híbrido e 100% digital, ambos aceitos nas avaliações do MEC, mudou a forma de consulta e o consumo de conteúdo nas IES. Agora, a comunidade acadêmica tem acesso a plataformas de consultas totalmente remotas que acompanham os nativos digitais e as gerações familiarizadas com a tecnologia.
Ou seja, há o desafio em todas as frentes da IES para que haja adaptação da comunidade acadêmica a fim de que esse novo modelo acompanhe a qualidade da educação superior e ofereça diferenciais para o acesso ao conhecimento.
A evolução do bibliotecário em torno da biblioteca digital
Assim como a Educação 5.0 acompanha as novas tendências e possibilidades da era da informação, a função de bibliotecário se mantém importante nas instituições de ensino, principalmente as de educação superior.
Antes, as atribuições eram limitadas às rotinas de controle, gestão e inventário do acervo físico, bem como a revisão e aquisição das bibliografias obrigatórias dos cursos.
Agora, mesmo as tarefas realizadas pelo bibliotecário sendo parecidas, com a biblioteca digital são realizadas de forma mais dinâmica e com apoio de relatórios e ferramentas de gestão totalmente digitais e intuitivas.
Isso porque tudo pode ser feito com poucos cliques em vez de diferentes idas e vindas nos corredores das bibliotecas e constantes atualizações manuais para manutenção das informações.
Ao mesmo tempo, é importante destacar que há ainda um papel de business intelligence. Nesse caso, o bibliotecário toma e aponta as melhores decisões a partir dos dados reunidos pelos serviços do acervo virtual, indicando ações para melhorar indicadores-chave de desempenho entre os estudantes.
Assim, o bibliotecário adquire uma função analítica e essencial para o engajamento da comunidade acadêmica e promoção de ações junto aos gestores, diretores e reitores das IES.
Organização do acervo virtual por parte do bibliotecário
Assim como o CFB traz obrigações claras sobre as atribuições dos bibliotecários em IES, a mesma entidade destaca as responsabilidades do profissional ao ficar à frente da biblioteca virtual.
Em comparação direta com os acervos físicos, não há muitas diferenças, mas sim semelhanças. O grande destaque é o acréscimo que diz respeito à capacitação de professores e estudantes para utilizar a biblioteca digital.
Ou seja, além da catalogação, do controle de vocabulário, da normalização de conteúdos adicionais e das demais funções, o bibliotecário precisa estabelecer uma política que garanta o acesso ao serviço por parte de toda a comunidade acadêmica.
Contudo, a organização do acervo virtual é feita de forma mais rápida, prática e intuitiva, contando com as ferramentas de gestão já disponíveis.
Além disso, ao contratar a biblioteca digital, a IES ganha um apoio fundamental em todo esse processo: a atualização constante dos catálogos, tutoriais e treinamentos, a gestão de títulos e o relatório de inteligência. Tudo isso torna o trabalho do bibliotecário mais ligado a gerir e promover uma educação superior de qualidade.
Principais desafios do bibliotecário na biblioteca digital
Por conta dos novos cenários, inevitavelmente os bibliotecários encontrarão desafios a serem superados. Em comum, todos eles partem de novos entendimentos e de adequações alinhadas às possibilidades do acervo virtual.
Abaixo, você encontra os principais desafios neste e nos próximos anos que os bibliotecários enfrentarão.
1. Compreensão do novo perfil de usuário
O bibliotecário precisa se adaptar para receber os nativos digitais, que têm um perfil diferente do público de décadas anteriores. Com a tecnologia cada vez mais presente, os profissionais terão que compreender e traçar planos para hábitos de consumo que antes não eram sequer cogitados, como a leitura pelo celular, o uso de leitura em voz alta, entre outros exemplos.
Além disso, independentemente da faixa etária, as novas modalidades de ensino exigem que o gestor da biblioteca domine ferramentas que ofereçam autonomia, conteúdos de qualidade, acesso ilimitado e recursos que facilitam a experiência digital.
2. Capacitação para explorar o potencial da tecnologia
Hoje, você vê esforços em permitir que o digital avance e, em compensação, gere dados úteis às empresas, desenvolvendo ideias inéditas.
Nas IES, isso também é possível. Com o acervo digital, o leque de possibilidades se expande, e cabe ao bibliotecário explorar o potencial dessa tecnologia dentro da instituição.
Com a biblioteca digital, é possível ter acesso a relatórios que vão mostrar o comportamento de uso por parte da comunidade acadêmica, bem como as preferências em títulos, tempos de permanência na plataforma e muito mais.
3. Promoção da interação entre biblioteca e comunidade acadêmica
Hoje, o acervo virtual vem sendo uma ferramenta indispensável entre estudantes e, claro, professores. Justamente por isso, o bibliotecário intermediará a aceitação entre professores e comunidade acadêmica, ensinando e mostrando as vantagens do acervo digital.
Assim, de acordo com a geração dos relatórios de uso, os dados gerados poderão dar um rumo para incentivar estudantes e docentes para a transformação digital, mostrando as preferências da comunidade acadêmica e dando possibilidades de ampliar números por meio de ações entre bibliotecários e gestores.
4. Adaptação a softwares e banco de dados
No mundo virtual, a competitividade existe, mas, ao mesmo tempo, as empresas sabem da importância de criar e compartilhar informações. Assim, as chaves APIs permitem integrações fáceis entre soluções digitais que já existem.
No caso do acervo digital, isso não é diferente. Uma vez implementado, os bibliotecários responderão por adaptações de softwares e bancos de dados dentro da instituição de ensino.
Dessa forma, as ações terão como propósito a reestruturação de processos de ensino e a necessidade de comportar mais informações sobre o acesso à leitura dos estudantes.
5. Extrair informações para tomada de decisões estratégicas a IES
O termo business intelligence está cada vez mais presente em profissões. Nesse caso, o conhecimento em BI trará informações úteis para a tomada de decisão a partir dos hábitos de uso do acervo virtual por parte da comunidade acadêmica.
Assim, os dados sobre os títulos mais lidos, as turmas que mais consomem livros, os horários de maior utilização e etc. serão encaminhados aos gestores das IES e, assim, surgirão decisões mais assertivas.
Vantagens do acervo virtual para o trabalho do bibliotecário
Contar com o acervo não facilita apenas o dia a dia dos estudantes, tampouco se limita à maior estrutura à instituição de ensino, gera também vantagens ao bibliotecário.
Abaixo, você encontra todos os pontos positivos de ficar à frente de uma biblioteca digital.
Facilidade de organização
Os serviços de biblioteca digital oferecem uma plataforma intuitiva tanto para uso dos estudantes e professores quanto para a gestão. Dessa forma, é possível ter mais organização, mantendo títulos sempre atualizados e fazendo consultas e demais ações em poucos cliques.
Acesso ilimitado
Com o acervo virtual, os usuários possuem milhares de títulos sempre à disposição, diminuindo, assim, as filas de espera em bibliotecas físicas e sem se preocupar com datas de devolução.
Dessa forma, o número de exemplares disponíveis, o horário de funcionamento e o espaço físico não se tornam impeditivos para o acesso ao conhecimento de qualidade.
Possibilidade de ser um gestor de dados
Ao ter um acervo virtual, o bibliotecário se torna um gestor de dados e utiliza informações sobre o engajamento dos estudantes para tomar decisões mais estratégicas, valorizando ainda mais o seu papel dentro da IES.
Assim, a profissão continua mais viva do que nunca e se estabelece como essencial em um cenário digital que promove a acessibilidade, a autonomia e a qualidade do processo de aprendizagem.
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