A digitalização do ensino trouxe maior flexibilidade e autonomia para os estudantes, tornando o aprendizado mais dinâmico e acessível, com processos mais ágeis, humanizados e sustentados pela tecnologia.

Nesse contexto, a biblioteca digital se consolidou como um recurso essencial para ampliar a inclusão e democratizar o acesso ao conhecimento, impactando diretamente o papel do bibliotecário nas instituições de ensino superior (IES).

Hoje, esse profissional precisa ir além da manutenção e organização do acervo físico, assumindo funções mais analíticas e estratégicas. 

Com a ascensão do acervo virtual, o bibliotecário se torna um curador do conhecimento, auxiliando na gestão da informação e na experiência dos usuários.

Para entender melhor essa evolução e os desafios desse novo cenário, a Minha Biblioteca apresenta um panorama sobre o passado e o futuro da profissão. Confira!

Quebra do modelo tradicional de biblioteca

Com um mundo hiperconectado, todas as profissões estão se reinventando para abrir espaço para a tecnologia. Com a educação não seria diferente. 

Os modelos de ensino híbrido e EaD ganham cada vez mais adeptos e se mostram tão eficientes e desafiadores quanto o modelo presencial. 

As IES se adaptam às mudanças, e assim, processos que antes eram presenciais passam a ser virtuais e incrementados com soluções que apenas a tecnologia proporciona. 

Esse fator tem mudado o modelo de biblioteca tradicional, que contava apenas com exemplares físicos.

A chegada do acervo híbrido e 100% digital, ambos aceitos nas avaliações do MEC, mudou a forma de consulta e o consumo de conteúdo nas IES. Agora, a comunidade acadêmica tem acesso a plataformas de consultas totalmente remotas que acompanham os nativos digitais e as gerações familiarizadas com a tecnologia.

Ou seja, há o desafio em todas as frentes da IES para que esse novo modelo acompanhe a qualidade da educação superior e ofereça diferenciais para o acesso ao conhecimento.

A evolução do bibliotecário em torno da biblioteca digital

Mesmo com a digitalização do conteúdo, a função de bibliotecário se mantém  importante  nas instituições de ensino, principalmente as de educação superior.

Antes, as atribuições eram limitadas às rotinas de controle, gestão e inventário do acervo físico, junto com a revisão e aquisição das bibliografias obrigatórias dos cursos.

Agora, as tarefas realizadas pelo bibliotecário são similares, mas realizadas de forma mais dinâmica e com apoio de relatórios e ferramentas de gestão totalmente digitais. 

Isso é uma melhoria, pois tudo pode ser feito com poucos cliques, sem demandar idas e vindas nos corredores das bibliotecas e constantes atualizações manuais para manutenção das informações.

Ao mesmo tempo, é importante destacar que há ainda um papel de business intelligence. Nesse caso, o bibliotecário toma e aponta as melhores decisões a partir dos dados reunidos pelos serviços do acervo virtual, indicando ações para melhorar indicadores-chave de desempenho entre os estudantes.

Assim, o bibliotecário adquire uma função analítica essencial para o engajamento da comunidade acadêmica.

Organização do acervo virtual por parte do bibliotecário

O Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) cita as atribuições dos bibliotecários em IES, além de destacar as responsabilidades do profissional em bibliotecas virtuais.

Surpreendentemente, quando comparadas com os acervos físicos, há muitas semelhanças. O grande destaque é o acréscimo que diz respeito à capacitação de professores e estudantes para utilizar a biblioteca virtual.

Ou seja, além da catalogação, do controle de vocabulário, da normalização de conteúdos adicionais e das demais funções, o bibliotecário precisa estabelecer uma política que garanta o acesso ao serviço por parte de toda a comunidade acadêmica.

Contudo, a organização do acervo virtual é feita de forma mais rápida, prática e intuitiva, contando com as ferramentas de gestão já disponíveis.

Além disso, ao contratar a biblioteca digital, a IES ganha um diferencial fundamental: a atualização constante dos catálogos, tutoriais e treinamentos, a gestão de títulos e o relatório de inteligência. 

Tudo isso torna o trabalho do bibliotecário mais ligado a gerir e promover uma educação superior de qualidade.

Principais desafios do bibliotecário na biblioteca digital

Ainda que a digitalização traga uma série de vantagens, ela também representa alguns desafios para os bibliotecários. 

Eles partem, principalmente, dos novos entendimentos e adequações, assim como as inúmeras possibilidades do acervo virtual. 

Veja quais são os principais desafios para um bibliotecário em um acervo digital.

1. Compreensão do novo perfil de usuário

Primeiramente, o público muda. Em sua maioria, são nativos digitais, que têm um perfil diferente do público de décadas anteriores. 

Com a tecnologia cada vez mais presente, os profissionais terão que compreender e traçar planos para hábitos de consumo que antes não eram sequer cogitados, como a leitura pelo celular, o uso de leitura em voz alta, entre outros exemplos.

Além disso, independentemente da faixa etária, as novas modalidades de ensino exigem que o gestor da biblioteca domine ferramentas que ofereçam autonomia, conteúdos de qualidade, acesso ilimitado e recursos que facilitam a experiência digital.

2. Capacitação para explorar o potencial da tecnologia

Atualmente, existe um grande esforço para impulsionar o digital, para que a evolução também gere dados valiosos para empresas e fomente novas ideias.

No contexto das IES, essa realidade não é diferente. Com a adoção do acervo digital, surgem inúmeras possibilidades, e o bibliotecário desempenha um papel essencial na exploração do potencial dessa tecnologia dentro da instituição.

A biblioteca virtual permite o acesso a relatórios detalhados, que oferecem insights sobre o comportamento da comunidade acadêmica, incluindo preferências de títulos, tempo de permanência na plataforma e padrões de uso, contribuindo para uma gestão mais estratégica e eficiente.

3. Promoção da interação entre biblioteca e comunidade acadêmica

Hoje, o acervo virtual é uma ferramenta indispensável entre estudantes e professores. Justamente por isso, o bibliotecário intermediará o uso entre professores e comunidade acadêmica, ensinando e mostrando as vantagens do acervo digital.

Assim, os dados gerados poderão dar um norte para incentivar estudantes e docentes para a transformação digital, mostrando as preferências da comunidade acadêmica e dando possibilidades de ampliar números por meio de ações entre bibliotecários e gestores.

4. Adaptação a softwares e banco de dados

No mundo virtual, é importante criar e compartilhar informações, independente da competitividade empresarial. 

Assim, a Interface de Programação de Aplicação (API) permite integrações entre soluções digitais que já existem. Isso não muda no caso do acervo digital. 

Os bibliotecários respondem por adaptações de softwares e bancos de dados dentro da instituição de ensino. Dessa forma, as ações visam reestruturar processos de ensino e a necessidade de comportar mais informações.

5. Extrair informações para tomada de decisões estratégicas a IES

O termo business intelligence está cada vez mais presente. Nesse caso, o conhecimento em BI trará informações úteis para a tomada de decisão a partir dos hábitos de uso do acervo virtual por parte da comunidade acadêmica.

Os dados sobre os títulos mais lidos, as turmas que mais consomem livros, os horários de maior utilização e etc. são encaminhados aos gestores das IES e, assim, surgirão decisões mais assertivas.

Vantagens do acervo virtual para o trabalho do bibliotecário

Contar com o acervo não facilita apenas o dia a dia dos estudantes, ou dá maior estrutura à instituição de ensino, mas também traz vantagens ao bibliotecário.

Veja os pontos positivos de ficar à frente de uma biblioteca digital.

  • Facilidade de organização: A biblioteca digital oferece uma plataforma mais intuitiva tanto para os estudantes e professores quanto para a gestão. Dessa forma, é possível ter mais organização, mantendo títulos sempre atualizados e fazendo consultas e demais ações em poucos cliques.
  • Acesso ilimitado: Com o acervo virtual, os usuários possuem milhares de títulos sempre à disposição, diminuindo as filas de espera em bibliotecas físicas e sem se preocupar com datas de devolução.
  • Possibilidade de ser um gestor de dados: Ao liderar um acervo virtual, o bibliotecário se torna um gestor de dados e utiliza informações sobre o engajamento dos estudantes para tomar decisões mais estratégicas, valorizando ainda mais o seu papel dentro da IES.

Essas vantagens também significam que a profissão continua mais viva do que nunca e se estabelece como essencial em um cenário digital que promove a acessibilidade, a autonomia e a qualidade do processo de aprendizagem.

FAQ – Perguntas frequentes

Dúvidas sobre acervo virtual e o papel do bibliotecário nesse cenário? Respondemos as questões mais comuns, acompanhe. 

O que é um acervo virtual?

Um acervo virtual é uma coleção de materiais digitais, como livros, artigos e periódicos, acessível por meio de plataformas online. Ele permite que estudantes e pesquisadores consultem conteúdos de qualquer lugar, a qualquer momento, sem depender de exemplares físicos.

Quais são os tipos de acervos virtuais?

Os acervos virtuais podem ser híbridos, combinando livros físicos e digitais, ou totalmente digitais, compostos exclusivamente por conteúdos online. Além disso, há acervos abertos, com acesso gratuito, e acervos fechados, restritos a instituições de ensino e pesquisa.

Como funciona o livro virtual?

O livro virtual, ou e-book, é um formato digital que pode ser acessado em dispositivos como computadores, tablets e e-readers. Em plataformas acadêmicas, ele geralmente oferece recursos interativos, como marcações, anotações e buscas no texto, tornando a leitura mais dinâmica e acessível.

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Nosso acervo digital é dividido em cinco catálogos: “Direito”, “Medicina, Saúde e Bem-Estar”, “Negócios e Gestão”, “Tecnologia e Exatas”, “Educação” e “Artes, Letras e Línguas

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