Pais, alunos e professores conectados pela tecnologia

Tornar os estudantes e os pais mais envolvidos nos estudos e economizar tempo dos professores. Essa é uma das funções do Remind, uma plataforma gratuita de troca de mensagens, que agora também foi disponibilizada em português.

Com cerca de 23 milhões de usuários pelo mundo, a plataforma, que é conhecida por conseguir aproximar professores, pais e alunos, principalmente nos Estados Unidos, acaba de lançar sua versão em português, graças a uma iniciativa da Fundação Lemann.

Professores de escolas públicas ou privadas que se inscreverem até o dia 30 de abril na lista de espera para usar a ferramenta terão acesso a uma formação online (vídeos com tutoriais do aplicativo, sugestões de uso, videocases), recursos de divulgação e formação (PDFs, PPTs etc) e espaço de comunicação com a fabricante. O mesmo conteúdo estará disponível a pais e alunos, chamados de assinantes, a partir de 4 de maio.

Como funciona

Seu uso é simples. Em cerca de um minuto, o educador já consegue iniciar o uso da ferramenta por meio do computador ou de aplicativos para tablet e celular.

O diferencial do Remind é o perfil dedicado à educação, tendo como foco a segurança dos usuários durante as conversas. Desta forma, ele se destaca em relação a outras ferramentas, como o WhatsApp ou o Messenger. A ideia é que o educador esteja sempre no comando, criando seu perfil e, posteriormente, convidando os pais e alunos, pessoalmente, por e-mail ou por SMS (esta opção está disponível apenas nos EUA e no Canadá), para entrarem no grupo dele dentro da ferramenta.

O educador também pode criar grupos, dividir por classes e séries, e passar a se comunicar com eles, enviando avisos sobre provas, perguntas sobre temas discutidos em sala, mensagens motivacionais, recados aos pais, imagens, como a foto de uma lição escrita na lousa, arquivos, vídeos e mensagens de voz.

Segurança

Para que a privacidade dos usuários seja preservada, não há possibilidade de professores, estudantes ou pais terem acesso aos telefones uns dos outros ou a informações pessoais. Os pais e alunos podem escolher os grupos dos quais querem fazer parte e definir se desejam receber mensagens de texto ou e-mail.

As mensagens trocadas não podem ser apagadas do aplicativo, como ocorre em outras plataformas. Isso permite que as informações estejam sempre arquivadas e possam ser entregues à escola, em forma de relatório, periodicamente ou sempre que necessário.

A ferramenta segue normas rígidas dos Estados Unidos por ter usuários com menos de 13 anos. Uma cópia das mensagens enviadas aos estudantes vai para o e-mail dos pais, por exemplo. Além disso, o sobrenome da criança ou do adolescente é mantido sob sigilo. Usa-se o primeiro nome e a primeira letra de seu último sobrenome para identificá-lo, como “JoshW”. Se o estudante passa mais de um ano sem usar a plataforma, a empresa é obrigada a apagar todo o conteúdo de sua conta.

Como na troca de mensagens, o professor também estará no comando no chat. Só ele poderá iniciar uma conversa com pais e alunos ou dizer se alguma criança, adolescente ou pai de uma turma específica pode chamá-lo para uma conversa. A qualquer momento, poderá ainda pausar ou por fim ao papo caso entenda que é o momento apropriado. Ele poderá ainda deixar avisado quais são os horários em que estará disponível para chats.

Dislexia

A plataforma foi criada em 2011, com o nome de Remind 101, em São Francisco, nos Estados Unidos, pelos irmãos Brett e David Kopf. A ideia inicial era facilitar a vida dos estudantes que sofrem de dificuldades de aprendizado, como dislexia ou déficit de atenção. A ferramenta iria mandar lembretes sobre provas e trabalhos. Brett sofre destes problemas e conta só ter conseguido superar as dificuldades na escola com ajuda de um professor no ensino médio, que se preocupava com ele, e da mãe. “Ele mudou a minha vida e ela sempre esteve muito envolvida na minha educação”, conta Brett.

Antes de lançar o projeto, a empresa descobriu por meio de pesquisas com professores que poderia ter uma abrangência maior ao abrir o leque para todos os alunos, e não só aqueles com dificuldades de aprendizagem. Os estudos mostraram que os educadores sentiam falta de um meio eficaz de envolver os pais nos estudos dos filhos e, por isso, precisavam de uma forma mais prática e rápida para relatar o que acontecia em sala de aula. A plataforma se transformou na Remind.

Hoje, cerca de 35% dos professores americanos de anos equivalentes no país à pré-escola, ao ensino fundamental e ao ensino médio usam a ferramenta, de acordo com Brett. Em alguns estados, como o Texas, o percentual chega a 50% do total. Mais de um bilhão de mensagens já foram enviadas pela plataforma. Há ainda uso na educação superior.

Segundo Brett, pesquisas feitas com educadores no país mostraram que 81% deles acreditam que o uso afetou o trabalho deles positivamente, 63% acham que facilitou sua atuação, 63% acham que economiza tempo, 43% acreditam que aumenta o engajamento do pais, 40% deles enxergam um aumento na satisfação dos pais e 33% acham que faz crescer o engajamento dos alunos.

Via: Porvir