O que guardam as salas da Biblioteca do Mosteiro de Strahov em Praga, na República Checa

 

Mosteiros e locais religiosos costumam guardar muitos livros e lindas bibliotecas. Em Praga, na República Checa, a Biblioteca do Mosteiro de Strahov tem uma história longa e rica em episódios. Composta por duas salas, a Teológica e a Filosófica, contém obras-primas do barroco e seu acervo é invejável sob todos os aspectos.

De meados do século XVI, a Sala Teólogica abriga as raridades que os monges guardam há mais de quatro séculos. Seu teto é coberto por afrescos que descrevem passagens da Bíblia, sobretudo o Livro dos Provérbios.

A “roda da compilação”, encomendada pela biblioteca em 1678 e usada para compilar textos, também está na Sala Teológica. Com o equipamento o escriba distribuía os textos dos vários livros, manuscritos ou códices que lia ou copiava nas prateleiras que giravam conforme sua necessidade: eram feitas de tal modo que os papéis não escorregavam e com certeza poupavam muito trabalho.

Já a Sala Filosófica foi construída no final do século XVIII. O espantoso tamanho da sala (comprimento 32m, largura 22m e altura 14 m) é perfeito para o imenso afresco em seu teto, feito pelo pintor vienense Anton Maulbertsch. O artista levou seis meses para pintá-lo em 1794, com o auxílio de um único assistente.

O afresco tem como tema “O Progresso Intelectual da Humanidade”: de um lado figuras como Moisés, a Arca da Aliança, Adão, Eva, Caim e Abel, Noé, Salomão e David. De outro, o desenvolvimento da civilização grega até Alexandre, O Grande, pintado ao lado de seu mestre Aristóteles.

O Novo Testamento, como São Paulo pregando diante do monumento a um deus desconhecido no Areópago de Atenas, também está expressado na pintura. A ciência é retratada nas figuras de Esculápio, Pitágoras e Sócrates.

Initium Sapientiae Timor Domini (O começo da sabedoria é o temor a Deus), é o que está escrito sobre os portões em ferro forjado que levam ao espaço que une as duas salas.

As estantes em nogueira abrigam um acervo de mais de 200.000 volumes, a maioria impressa entre 1501 e 1800; muitos deles sobre  filosofia, tratados de astronomia, matemática, história, filologia, etc.

Há ainda uma sala especial para a coleção de manuscritos, mais de 1500.

Fonte: Bibliotecas pelo Mundo