O professor, como líder, inspira, ensina e realiza mudanças para um aprendizado efetivo

Reconhecido por sua multidisciplinaridade – Consultor, Palestrante e Escritor premiado – com mais de dez e-books e oito livros publicados, entre eles os best sellers Gestão do Relacionamento e Customer Experience; Employee Experience; Treinamento e Desenvolvimento com foco em Educação Corporativa e Triunfo da Liderança Roberto Madruga é especialista em implantação de projetos em empresas de diversos setores. 

Ele também é Professor de MBA´s e um entusiasta e incentivador do processo de capacitação e autoconhecimento dos docentes. Na entrevista que concedeu ao Blog da Minha Biblioteca, Madruga compartilhou alguns insights sobre liderança aos educadores de todo o Brasil.  

Confira a entrevista e acesse o link para assistir, na íntegra, a palestra que Roberto Madruga ministrou em um Painel Virtual Minha Biblioteca, como convidado especial no mês dedicado aos professores.

MB – Em seu livro ‘Treinamento e Desenvolvimento’ há a frase “Quanto mais aprendemos, melhor ensinamos”. Você se declara um entusiasta do aprendizado e estuda todos os dias. Qual sua metodologia para essa prática e seu propósito com essa determinação em aprender? 

Roberto Madruga – Eu estudo todo os dias, sem exceção. Às vezes por dez minutos, duas horas, mas tem dias que uma tarde inteira. Essa é uma meta que me inspira, me torna um profissional melhor para colaborar com meus clientes de consultoria, treinamento, alunos e mentores, para serem também melhor sucedidos. 

No entanto, mais do que estudar, eu gosto de transformar. Estudo visando, de fato, ajudar as empresas, as instituições de ensino e todos os parceiros de negócios. Sou guiado muito pelo sucesso dos projetos para os meus clientes.

MB – Falando sobre o universo da Educação, no Painel Virtual da Minha Biblioteca, você destacou a importância do professor ser um Líder ou um Coach. Qual é a diferença entre estas posturas? 

Roberto Madruga – Ficamos na dúvida se chamamos o professor de Coach ou Líder, mas há uma diferença importante. O ‘guarda-chuva’ principal é o líder, pois se ele tiver, de fato, algumas características como comandar, conduzir, influenciar, inspirar, consegue realizar uma mudança importante em sala de aula, física ou virtual, fazendo com que o aprendizado seja efetivo.

O docente é um ser humano que está ali não para apenas passar informações, porque para isso há outras maneiras. O YouTube, por exemplo, faz isso muito bem, pois você não precisa de uma mediação humana, pode consumir a informação assistindo a um vídeo ou lendo um blog. O papel do educador, como líder que inspira e ensina, vai muito além.

MB – Quais são as competências que os educadores precisam ter para serem líderes? São mais técnicas, comportamentais ou híbridas? Como desenvolvê-las?

Roberto Madruga – São muitas as competências necessárias aos educadores. As técnicas são importantes, evidentemente. Se o professor leciona matemática precisa entender do assunto. Mas não somente isso. Também é essencial ele ter competência comportamental como empatia, respeito ao ritmo de aprendizado do estudante e sagacidade. 

Já as competências híbridas, conhecidas como nobres, são a negociação, a liderança. Essas, de fato, tornam um professor reconhecido pelos seus alunos. Também destaco algumas subcompetências, como o autocontrole, autoavaliação, adaptabilidade às inovações e energia. Um educador com baixa energia não lidera

MB – Essa energia é o motor necessário para incentivar e motivar o aluno ao estudo?

Roberto Madruga – Não conheço líderes com baixa energia. No caso do docente, o diferencial é a automotivação para dar uma aula que faça a diferença na vida daquele estudante.  Não precisa ser o professor mais falante ou engraçado, pois uma aula não é um stand up, um entretenimento.  O aluno precisa sair dela diferente do que entrou.

MB – É possível fazer uma comparação entre o docente da era analógica e o de hoje?

Roberto Madruga – Sempre seremos seres analógicos. As tecnologias não vêm instaladas em nós, elas são adquiridas. São os aplicativos, os celulares, desktops e notebooks. Então, por definição, nós nascemos analógicos. Com o tempo vamos aprendendo competências digitais. 

Cabe ao professor a oportunidade de aprender as novas tecnologias e desenvolver essas competências para manejá-las. De fato, muitos já entenderam isso e incorporaram os recursos tecnológicos para o aprimoramento do ensino. Mas, ainda há docentes que insistem no discurso de que a tecnologia é apenas mais uma das ferramentas que ele tem.

“O uso de tecnologia é para gente despertar o interesse, a participação do aluno e, acima de tudo, a vontade desse estudante aprender”

MB – Como os docentes podem aproveitar as vantagens da tecnologia para as trilhas do aprendizado? Quais os métodos que indica para quem quer se tornar um melhor educador?

Roberto Madruga – Antes mesmo de qualquer tecnologia, é preciso entender que uma trilha de aprendizado é um sequenciamento inteligente, com método dos conteúdos que serão ministrados. E esses conteúdos podem ter ferramentas e metodologias que irão facilitar a transferência do conhecimento. E, mais do que isso, porque a transferência do conhecimento pode ser acelerada, para aumentar o interesse do aluno. Então, o uso de tecnologia é para gente despertar o interesse, a participação do aluno e, acima de tudo, a vontade desse estudante aprender.

Inclusive, por isso a tecnologia pode ser lúdica, justamente para motivar o aluno nessa trilha de aprendizagem. A Minha Biblioteca é um exemplo disso, pois não é apenas a tecnologia em si, mas uma ferramenta para a universalização do conteúdo.

MB – O Docente deve enxergar o aluno como cliente? Como as IES trabalham essa questão?

Roberto Madruga – Na verdade deve enxergá-lo como os dois. Como aluno, que precisa de amparo e avaliação. Mas, ao mesmo tempo, como cliente, pois ele vai ser o promotor da sua aula, da sua instituição. No meu livro sobre Employee Experience explico bem essa visão, onde dedico uma parte ao que chamo de Student Experience, para gerar reflexão dos educadores sobre isso.

O docente deve observar o estudante como alguém que precisa ter experiências para que se sinta bem com a instituição de ensino e com o círculo que ele convive. Então, acima de tudo, o educador deve olhar o discente como um ser humano que está em busca de aprendizagem e de relacionamentos.

MB – Para finalizar, pode explicar o conceito que você criou, o Feed Mentor?

Roberto Madruga – Primeiro é preciso explicar que o feedback é um momento em que duas pessoas conversam sobre algo que deva ser corrigido ou sobre alguma competência que necessita ser aprimorada, por isso, prescinde de um foco no desenvolvimento. Esse mecanismo é bem diferente de um elogio para algo que vai bem. 

Pensando nessa necessidade de feedbacks com o objetivo de desenvolver pessoas, idealizei e venho implantando, junto a líderes de diversas empresas, uma técnica de feedback que coloca uma responsabilidade nobre para as pessoas que o praticam, levando-as a se comprometerem com o desenvolvimento do parceiro e não com seu próprio ego.

O Feed Mentor traz o compromisso de sermos mentores das pessoas que precisam enxergar algo a ser melhorado, dar o máximo de si para essa superação e contar com sua dupla para o sucesso dessa jornada. Ele pode ser uma boa ferramenta para ajudar a promover o Employee Experience e, porque não dizer, o Student Experience.

Conheça o autor Roberto Madruga.

*A opinião dos entrevistados não expressa, necessariamente, o posicionamento do Blog da Minha Biblioteca.

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