Marketing Digital: caminho para potencializar a divulgação das bibliotecas universitárias

Marketing Digital: caminho para potencializar a divulgação das bibliotecas universitárias

As bibliotecas, consideradas historicamente Templos do Saber, se transformaram para se adaptar às demandas da sociedade, na busca pela informação de maneira mais ágil e democrática, seguindo os avanços tecnológicos, cada vez mais adotados no mundo acadêmico. 

Nas bibliotecas universitárias têm se rompido barreiras de espaço e tempo, através dos acervos virtuais. Com isso, são exigidas novas responsabilidades e competências dos bibliotecários, que ultrapassam a tarefa de apenas gerenciar acervos, incluindo também, difundir os recursos digitais adotados por cada instituição. Essas são algumas atribuições que constam nas Resoluções CFB 240CFB 246.

Diante deste cenário, muitos estão se atualizando para poder utilizar o Marketing Digital como forte aliado para maximizar as experiências que as bibliotecas proporcionam, utilizando as mídias sociais como canais de informação para divulgar atualizações dos acervos, campanhas de incentivo à leitura e estudo e outras boas práticas, através de conteúdos inovadores que reforçam os elos essenciais no ecossistema da educação superior: docentes, estudantes e gestores.

O Blog da Minha Biblioteca foi buscar dicas com uma das referências quando o assunto é Marketing Digital no universo das Bibliotecas: Mayara Cabral, bacharel em Biblioteconomia e Documentação pela UFF (Universidade Federal Fluminense). 

Em 2019, a influenciadora digital idealizou e criou um projeto pioneiro, o Biblio MKT – pelo Posicionamento Digital da Biblioteconomia, com o objetivo de difundir informações que possam contribuir com os profissionais de Biblioteconomia e as bibliotecas, para um posicionamento no mundo digital.

Segundo Mayara, os bibliotecários, além de lidarem diretamente com o atendimento das necessidades informacionais dos pesquisadores e universitários, devem, ainda, criar iniciativas para o desenvolvimento de competência em informação. “Aproveitar o espaço das mídias sociais para a mediação da informação e o relacionamento é fundamental. É preciso ter um olhar atento e refletir sobre como podemos atender à nossa comunidade e estimular uma postura participativa, a fim de elevar a percepção de que o bibliotecário atua de fato como um curador e mediador indispensável da informação – e não como um profissional obsoleto”, ressalta.

E como as bibliotecas realmente podem se beneficiar do marketing nas mídias sociais? As vantagens são muitas, enumera a influenciadora:  

  • Construção e gestão de marca, tanto no on-line quanto no off-line;  
  • Aumento do seu valor percebido; 
  • Fortalecimento dos laços com os usuários, por meio de um relacionamento constante e segmentado;  
  • Economia dos custos com Marketing, visto que no ambiente digital é tudo mais acessível;
  • Acompanhamento de métricas em tempo real, o que permite mudanças mais rápidas e precisas.

Em um dos artigos do seu blog, Mayara lembra também que, marketing em mídias sociais pressupõe a criação de conteúdo e interação, para que se possa alcançar e atender às necessidades e desejos dos seguidores. Não é só compartilhar um post de vez em quando e achar que está um sucesso. Não é repostar conteúdo alheio, sem ter critério. Não é sobre ter 10 mil seguidores. Não é limitado a apenas um conteúdo. É sobre ter clareza sobre o que você quer alcançar. Ter estratégia, objetivos pré-definidos e trabalhar para alcançar resultados. É criar conteúdo de valor para a sua audiência”, ensina.

Para a influenciadora digital, outra boa prática é estar presente nos espaços ocupados pelos estudantes e pesquisadores, como os grupos de discussão no Facebook, por exemplo, oferecendo conteúdos que atendam às demandas desses públicos. “É preciso utilizar estrategicamente as mídias sociais, pois elas permitem a mediação da informação de forma mais dinâmica, direta e constante, com contato frequente e bem próximo. O marketing intuitivo ficou para trás: precisamos levar mais a sério e começar a nos profissionalizar se, de fato, queremos fazer a diferença e promover as nossas bibliotecas, que merecem ser lembradas por suas características, comunicação e identidade e não mais como uma instituição sem personalidade, ultrapassada e distante dos seus usuários”, ressalta Mayara.

Apesar de muitas bibliotecas possuírem perfis em redes sociais, grande parte ainda desconhece o valor de ações mais estratégicas e isso reflete em baixo engajamento, além da falta de identificação com a comunidade que buscam atender. “Temos um longo caminho pela frente, mas existem bibliotecas que já se destacam. Cito três que podem servir de inspiração: o Sistema de Bibliotecas da UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), que conta com uma equipe multidisciplinar e um trabalho no Instagram e no YouTube; o Sibi UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que mantém uma atividade de relevância no Facebook e no Twitter; a Biblioteca do Centro Cultural de São Paulo, que tem um público engajado no Instagram e que, para mim, é uma referência quanto à criação de conteúdos no Reels”, destaca.

Capacitação Contínua

Em qualquer setor é essencial acompanhar a evolução do mercado em que se atua e na Biblioteconomia não é diferente. Nos últimos dois anos, se reinventar foi fundamental, ao mesmo tempo que se adaptar às tecnologias digitais se tornou um caminho de aprendizado.

Neste contexto, a virtualização das bibliotecas – que já seguia um ritmo de crescimento – abriu inúmeras possibilidades, mas também novos desafios, principalmente em relação à gestão do conhecimento e à competência informacional. Porém, o que ainda se pergunta é se os bibliotecários estão atentos, de fato, para essa nova realidade que veio para ficar, ou se ainda há algum tipo de restrição às novas tecnologias, como os acervos virtuais.

Mayara Cabral destaca que o assunto é discutido dentro da Biblioteconomia e da Ciência da Informação, desde a década de 1990.  “Em minha experiência como estagiária na Biblioteca de Manguinhos (FIOCRUZ), entre 2013 e 2014, tive a oportunidade de conhecer o trabalho de bibliotecárias e bibliotecários que atuam nas diversas bibliotecas digitais da Fundação. A literatura científica e técnica sobre o tema é bem vasta. Com base no que eu converso com colegas, alunos e parceiros em projetos – aqui tomo a liberdade de expressar uma visão pessoal, sem dados que comprovem isso – muito do que poderia ser feito se dá mais pela escassez de informação e recursos – financeiros, infraestrutura, colaboradores – do que por uma falta de preparação dos profissionais”, pondera a influenciadora digital. 

Em meio a todos estes aspectos, inerentes às instituições e aos profissionais que atuam nas bibliotecas – físicas ou virtuais – ainda resta a questão da resistência na adoção dos novos recursos. Para Mayara, é algo mais comum em gerações que tiveram boa parte da trajetória profissional trabalhando apenas com ferramentas e métodos analógicos e isso depende da vontade de se apropriar das novas tecnologias, que varia muito de contexto e de pessoa. “O que podemos fazer é mais uma abordagem de conscientização e de desenvolvimento de competências”.

Então, como o bibliotecário pode e deve se preparar para se destacar neste desafiante cenário?

Em primeiro lugar, na visão da influenciadora digital, é buscar a capacitação para tal, além da faculdade. “É nosso compromisso investir na aprendizagem contínua, nos atualizarmos, acompanharmos o que é discutido, tanto no campo científico quanto no profissional. Por isso, participar de cursos, eventos, grupos de discussão, estar em espaços de relacionamento com outros colegas da área, tudo isso contribui para que o bibliotecário (a) se destaque e esteja à frente das principais tendências do nosso mercado”, conclui.

Se quiser entender um pouco mais deste universo, confira outras dicas, compartilhadas nas plataformas digitais de Mayara Cabral, para incrementar o Marketing Digital da sua biblioteca:

    • Antes de mais nada, defina o objetivo de sua estratégia: onde se deseja chegar com estas ações. É fundamental que esteja alinhado à visão da instituição e ao que se busca atingir como resultado.

5 tipos de objetivos

1. Aumentar o uso de determinado produto ou serviço – o público precisa saber que eles existem e ser incentivado a utilizá-los. 

2. Fidelizar o público – cativar o usuário para que a biblioteca seja considerada um local seguro, de afeto, onde é possível encontrar algo que vai além de uma simples informação. Manter o relacionamento com ações práticas para engajar o público e proporcionar experiências cada vez mais completas e personalizadas, tanto no presencial quanto no on-line.

3. Dar visibilidade à própria biblioteca – tornar a instituição “visível” para a sua comunidade. Engajar ações que tenham o objetivo de promover a biblioteca, seus produtos e serviços. É uma forma de estar sempre na mente do nosso público. É essencial um estudo para conhecer os formatos de conteúdo mais consumidos e qual a melhor abordagem, de acordo com o perfil das pessoas que procuramos atender.

4.Trabalhar o Branding da biblioteca significa fazer a gestão de marca da biblioteca, com técnicas e estratégias para construir um posicionamento forte, dentro e fora do digital.

5.Educar o público – levar informações e ensinar a comunidade sobre aquilo que se pode oferecer. É o caso dos tutoriais de bases de dados ou até mesmo aquelas oficinas que abordam o uso das normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para trabalhos acadêmicos. Tudo isso serve para tornar o público capaz de realizar pesquisas com mais propriedade e utilizar os recursos que disponibilizamos em nossas bibliotecas.

A Minha Biblioteca está cada vez mais presente no debate da inovação, dentro do universo acadêmico. A temática da atualização dos bibliotecários como agentes transformadores e disseminadores de informação nas IES, já foi tema de Webinars promovidos, com exclusividade, pela Minha Biblioteca.  É possível assistir, na íntegra, no nosso canal do  YouTube.

Você também pode acessar o Biblio MKT – pelo Posicionamento Digital da Biblioteconomia, para conhecer mais o projeto de Mayara Cabral.

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