Aprendizagem baseada em projetos coloca o estudante como protagonista

A Educação baseada em projetos é considerada uma abordagem disruptiva, que estimula o protagonismo e autonomia dos estudantes na construção colaborativa do conhecimento, com a resolução de desafios e elaboração prática de projetos, um modelo de ensino adotado pelo Instituto de Tecnologia e Liderança. Para mostrar as transformações que esse método educacional pode provocar na sociedade, o Blog da Minha Biblioteca conversou com Flavia Maria Santoro, Diretora Acadêmica do Inteli.

Inaugurada há pouco mais de um ano, em São Paulo, a primeira faculdade do país com metodologia de ensino por projetos é uma instituição privada que oferece formação superior a estudantes na área de Tecnologia, integrando ao currículo acadêmico competências de computação e negócios e com a missão de preparar futuros líderes para o mercado. “O perfil do nosso discente é o jovem que aspira a transformação por meio de tecnologias sustentáveis e éticas”, destaca Flavia. Confira a entrevista.

​MB – A metodologia de ensino por projetos é considerada disruptiva. Por quê?

Flavia Santoro – A abordagem de ensino-aprendizagem baseada em projetos não é uma novidade. Muito já se fala sobre isso há bastante tempo. A ideia é que os estudantes desenvolvam projetos seguindo um planejamento, partindo de um problema real e produzam artefatos como resultado. Ao longo do desenvolvimento do projeto, eles estudam temas e teorias de embasamento, refletem sobre conceitos importantes, aliando teoria à prática num pensamento interdisciplinar. É considerada disruptiva por romper com o padrão vigente do ensino por disciplinas, no qual os saberes são compartimentados e, muitas vezes, sem sentido para o estudante.

MB – Qual a proposta pedagógica, matriz curricular e cursos oferecidos?

Flavia Santoro – Nossa proposta é baseada na aprendizagem focada em projetos, com uma matriz curricular composta de módulos de 10 semanas, em que os alunos desenvolvem os trabalhos. Portanto, a unidade curricular básica no modelo do Inteli é o projeto e não as disciplinas tradicionais. As aulas são presenciais nos chamados ateliês, onde os estudantes estão organizados em mesas especialmente projetadas para o trabalho em grupo apoiado pelos professores.

MB – A inspiração pelo modelo Inteli tem origem em outros países? Quais as referências? Há parcerias com empresas e ONGs? 

Flavia Santoro – O Inteli tem um modelo bastante particular, no entanto uma das nossas inspirações é a Olin College, nos EUA. Os projetos que os estudantes desenvolvem partem de problemas reais, trazidos por parceiros de mercado, que podem ser empresas de qualquer natureza,  como ONGs, startups, companhias públicas ou privadas, comércio, indústria e até mesmo outras universidades. Temos um Escritório de Projetos responsável por captar estes trabalhos e facilitar a interação com nossos parceiros.

 

MB – De que forma a transformação digital, em todas os setores da sociedade, colaborou para esse modelo de ensino?

Flavia Santoro – O crescimento do uso de recursos digitais, em todos os segmentos, fomenta a necessidade de formação de profissionais cada vez mais qualificados para atuarem de forma consciente e ética. Esse pensamento foi incorporado e motivou a criação do modelo de ensino-aprendizagem do Inteli.

MB – Qual o perfil desse discente e como ele aprende?

Flavia Santoro – O perfil é o jovem que aspira a transformação por meio de tecnologias sustentáveis e éticas. O estudante no Inteli reflete sobre os artefatos que está construindo e entende que existe uma proposta de valor por trás destes artefatos. Ele aprende aliando a teoria à prática, em grupos e com suporte de um corpo docente engajado e bastante atento às necessidades individuais de aprendizado de cada um.

MB – Quais são as competências estimuladas no estudante Inteli? Como esses líderes que a instituição forma podem fazer a diferença na sociedade?

Flavia Santoro – Nossa grade curricular integra conteúdos que permitem o desenvolvimento de competências de Computação, Negócios e Liderança, que são a colaboração, comunicação, pensamento crítico e autoconhecimento, além de valores relacionados com cidadania global. Um líder em Tecnologia tem visão de como gerar valor para sociedade, construindo um futuro de forma positiva e consciente. Também está prevista a oferta de cursos de pós-graduação, ensino a distância, uma incubadora de startups e cursos livres.

“Promovemos um modelo de aprendizagem ativa tendo o aluno como protagonista do seu processo”

MB – Quais as etapas de captação e retenção dos estudantes, até a fidelização dentro das escolas e empresas?

Flavia Santoro – A captação se dá pela área de Marketing, por meio de eventos, redes sociais e estudantes embaixadores. Na área comercial, com as visitas a escolas de ensino médio.  Temos, também, programas de bolsas para atrair os estudantes.

MB – Como acontecem a preparação e a capacitação dos professores?

Flavia Santoro – A contratação dos professores está em andamento, mas 98% do atual quadro é de educadores que atuaram nos bootcamps (treinamentos intensivos) que rodaram o piloto dos cursos. Os docentes repensam constantemente os modelos educacionais, mas já estão enveredados ao novo contexto de planos de aulas e metodologias.

MB – O acesso à leitura e estudo, através das bibliotecas virtuais, é um fator positivo para ampliar o conhecimento? Como isso é estimulado no Inteli?

Flavia Santoro – O Inteli conta com uma biblioteca totalmente digital. Desta forma, os estudantes podem acessar qualquer tipo de material, seja dentro ou fora do campus, quando estão fazendo seus autoestudos e se preparando para os encontros com os professores ou em qualquer horário que preferirem. Não há limitação de acesso. Além de livros no formato digital, é disponibilizado um grande acervo de artigos científicos que permite pesquisas e atualização constante.

MB – Estudo da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação mostra que há um déficit de profissionais de tecnologia no país que pode chegar a 260 mil, até 2024. Como reverter esse quadro?

Flavia Santoro – Para reverter esse quadro, muito trabalho precisa ser feito. Uma das iniciativas importantes é a criação de vagas em cursos para aumentar as oportunidades de formação de profissionais. Mas é essencial que pessoas com potencial e perfil possam ter acesso a esse tipo de iniciativa. Por isso, no Inteli, criamos um programa de bolsas que visa permitir que estudantes tenham esta oportunidade, uma vez aprovados nas etapas do nosso processo seletivo. 

MB – O aprendizado que se baseia no formato de sala de aula onde o professor é o detentor do conhecimento enquanto o aluno estuda, decora e faz provas irá acabar? Estamos caminhando para isso em um curto espaço de tempo?  

Flavia Santoro – O processo de aprendizado onde o professor é detentor de conhecimento e o aluno estuda e decora para fazer provas não é o oposto do que o Inteli propõe. Acreditamos e promovemos um modelo de aprendizagem ativa tendo o estudante como protagonista da sua jornada. A avaliação é formativa, está inserida e contribui com o processo de aprendizagem. Neste sentido, o feedback do professor é sempre essencial. 

*A opinião dos entrevistados não expressa, necessariamente, o posicionamento do Blog da Minha Biblioteca.

*Com a finalidade de disseminar conhecimento, nossos conteúdos são abertos para livre compartilhamento – desde que mencionada a fonte da publicação.

Conheça a Minha Biblioteca

Quer saber mais sobre os catálogos, recursos e benefícios da maior e mais completa biblioteca digital de livros acadêmicos para sua IES? Entre em contato conosco e solicite uma proposta.