Ânima Educação: propósito de transformar pessoas

Nesta série “Volta às Aulas”, ficou evidente o esforço das IES (Instituição de Educação Superior) em buscar as melhores estratégias, para proporcionar um ensino de qualidade, mesmo dentro de muitas restrições, impostas por um período de pandemia e isolamento.

O estar longe do campus universitário exigiu adaptabilidade dos gestores, estudantes, docentes e toda equipe acadêmica, para que o conhecimento também não ficasse paralisado. Se experimentou muito. Se aprendeu muito. Mas as principais instituições, que conversaram com o BLOG da Minha Biblioteca, enfatizaram que o caminho não foi fácil, mas trouxe um aprendizado que servirá de norte para 2022 e para o futuro.

Nesta terceira e última entrevista sobre o retorno às aulas, conversamos com a Professora e VP Acadêmica da Ânima Educação, Denise Campos. É o maior e o mais inovador ecossistema de ensino do país e tem como propósito ‘Transformar o Brasil pela Educação’. São 18 instituições de ensino superior, em mais de 400 polos educacionais, integradas ao Ecossistema Ânima, que congrega oito marcas especialistas em suas áreas de atuação: HSM, HSM University, EBRADI (Escola Brasileira de Direito), Le Cordon Bleu (SP), SingularityU Brazil, Inspirali e Learning Village, primeiro hub de inovação e educação da América Latina, além do Instituto Ânima.

Para Denise Campos, trilhamos um caminho de mudanças, de avanços e sem volta. “A partir do momento que o mundo e as relações mudam, a forma de educar também tem que mudar, pois o que se espera é que as novas gerações assumam as responsabilidades por esse novo mundo e saibam preservá-lo. Que passem a pensar como espécie, e não como indivíduo”.

Mesmo que ainda se viva momentos delicados na saúde mundial, com as novas variantes do coronavírus, a área educacional, aos poucos, retoma suas atividades e num cenário que, com certeza, irá continuar a se transformar e ter como diretrizes flexibilidade e abertura para o novo, numa engrenagem de muitos desafios.

MB – Como a Instituição se preparou para o retorno às aulas, em 2021, e se projeta para 2022?  Quais as estratégias já implementadas e as que serão adotadas?

Denise Campos – Após quase um ano de aulas no ambiente digital, o retorno em 2021 foi aos poucos, respeitando-se todas as normas sanitárias e decretos municipais e governamentais, em relação às medidas de segurança. Quando os decretos permitiram o retorno, este processo foi implantado de forma gradativa, utilizando uma metodologia de ensino-aprendizagem – de rotação por estações – em que grupos menores de estudantes eram acompanhados por professores, em diferentes ambientes, físicos e digitais, garantindo assim qualidade na aprendizagem, sem aglomeração nem interrupção das atividades acadêmicas.

Para 2022 manteremos esta volta, conforme os decretos. Quando houver autorização para aulas presenciais, trabalharemos a hibridez nas unidades curriculares, com um dia de aula digital e um presencialmente no campus, praticando a rotação por estações de maneira presencial. Sempre com foco numa metodologia objetiva, com um retorno cauteloso às aulas, nesse momento em que ainda há incertezas sobre o comportamento das variantes do coronavírus e sobre como será 2022.

MB – Vocês fizeram alguma pesquisa com os estudantes, para entender qual modelo de ensino eles preferiam para este ano de 2022?

Denise Campos – Sim. Foi realizada uma ampla pesquisa sobre as percepções dos estudantes, em relação às aulas no ano de 2021 e as expectativas para 2022. Temos opiniões e vontades diversas entre eles. No geral, a maioria deseja retornar com segurança ao campus e seguir aproveitando o que há de melhor em cada ambiente, valorizando o bom uso das tecnologias educacionais e a qualidade dos encontros presenciais.

MB – A falta de consenso entre as IES sobre o retorno total ou modelo híbrido tem sido um grande desafio. Algumas levantam a questão de falta de recursos básicos para manter os protocolos. Outras que o modelo é uma ferramenta importante para recuperar perdas para as universidades. O ensino híbrido é o melhor caminho?

Denise Campos – A hibridez está presente no mundo, no nosso dia a dia, nas relações interpessoais, no trabalho, e assim deve ser nas escolas e universidades. A Ânima está na vanguarda da hibridez e hoje utiliza os importantes aprendizados, conquistados com a pandemia, para fazermos um melhor uso das ferramentas digitais, como softwares de simulação, plataformas gamificadas, biblioteca digital, entre outras. Também buscamos ressignificar os encontros presenciais, com ainda mais propósito e qualidade, fazendo valer as simulações, as dinâmicas, as relações e o contato entre as pessoas. O modelo de aula presencial, totalmente expositiva, tende a perder força, uma vez que estamos falando em qualidade, objetivo e propósito do encontro.

“O propósito é que o aluno seja um apaixonado pelas suas escolhas, que vivencie cada etapa do percurso de maneira intensa e se desenvolva como pessoa, como cidadão e como profissional”

MB – Já alguns gestores afirmam que o EAD acabou se destacando e mostrando seu valor durante a pandemia. Como você avalia esta questão?

Denise Campos – O modelo digital tem benefícios e diferenciais muitas vezes não replicáveis no modelo presencial. E muitas metodologias e ferramentas de ensino que antes somente eram realizadas no ambiente presencial, passaram a ser replicadas no ambiente digital, com ainda mais qualidade e precisão, devido, por exemplo, ao uso dos softwares de simulação. Quando o estudante está on-line, encontra múltiplas possibilidades de simular, aplicar, analisar e até mesmo interagir de maneira específica com os colegas e professores. O ensino a distância foi aprimorado, não é mais o que era antes, e se configura agora como uma excelente opção para quem deseja estudar dessa maneira.

MB – A Ânima Educação é uma das maiores organizações privadas de ensino superior do país. Quais foram as estratégias para gerenciar 310 mil estudantes e 18 mil educadores – docentes e colaboradores – no período de isolamento, para garantir acesso ao conhecimento de qualidade?

Denise Campos – A Ânima rapidamente se adaptou às aulas digitais com a aquisição de licenças para todos os alunos e docentes. Desde o começo, as aulas seguiram os dias e horários programados, com o encontro entre o professor e os estudantes acontecendo de maneira síncrona, ou seja, em tempo real. Os professores foram capacitados e houve amplo investimento em materiais de apoio disponibilizados na plataforma e em softwares de simulação. O cuidado com as pessoas norteou todas as ações durante a pandemia e foi um balizador para as tomadas de decisão que envolviam toda a comunidade acadêmica, não paramos as aulas nem por um dia e acompanhamos a saúde das pessoas diariamente, inclusive na volta ao campus. 

MB – Estas estratégias foram alinhadas para o Grupo ou pensadas respeitando as peculiaridades de cada marca e/ou localidade? 

Denise Campos – Todas as estratégias de ensino adotadas durante a pandemia da COVID-19 seguem a regionalidade, o contexto de cada local e os decretos vigentes para o município/estado, alinhadas com normas nacionais e internacionais de saúde. 

MB – No site, vocês destacam que o Grupo é “fascinado pela magia da educação, pois acreditam que só ela pode transformar vidas, além de participar, ativamente, para o desenvolvimento do nosso país”. Como esta bandeira é colocada em prática no dia a dia dos docentes e estudantes?

Denise Campos – No Ecossistema Ânima, os alunos possuem tutoria de vida e de carreira, com professores capacitados, já no primeiro semestre de ingresso. A ideia é estimular o autoconhecimento, a paixão pela carreira escolhida e o papel de cada um como cidadão do mundo, que pode ajudar a transformar pessoas. Além disso, o currículo é personalizável, o que significa dizer que o aluno faz suas escolhas conforme seus interesses. Como exemplos, o estudante escolhe de quais projetos de extensão vai participar ao longo de seu percurso, atuando na busca e entrega de soluções para problemas reais da sociedade, e escolhe o tema do Core curriculum, um componente presente em todas as matrizes curriculares, em que são abordados temas contemporâneos e considerados indispensáveis para todos os estudantes de nível superior. Assim, estimula-se que pensem e atuem em soluções locais para problemas globais, desenvolvendo estratégias e soluções de alto impacto e fortemente conectadas às demandas da sociedade e do mundo.

MB – Pode detalhar um pouco mais o Ecossistema Ânima de Aprendizagem? Quais seus propósitos e como ele funciona?

Denise Campos – O Ecossistema recebe esse nome por ser uma rede de inter-relações, em que alunos, colaboradores e comunidade interagem de maneira a garantir a melhor experiência para todos. O fato de ser um ecossistema de aprendizagem reflete o foco no estudante, no seu protagonismo, na sua autonomia e no seu currículo personalizável. O propósito é que o aluno seja um apaixonado pelas suas escolhas, que vivencie cada etapa do percurso de maneira intensa e se desenvolva como pessoa, como cidadão e como profissional.

“A parceria com a Minha Biblioteca permitiu que os estudantes seguissem acessando as bases para suas pesquisas e assim seguirá, já que a plataforma já era disponibilizada aos alunos e continuará sendo”

MB – Na fase de isolamento, a tecnologia foi responsável por transformar a dinâmica de vários setores. Como que a Educação se incluiu neste contexto e no Grupo?

Denise Campos – A tecnologia já estava inserida nos princípios declarados da Ânima e isso se intensificou com a pandemia. A tecnologia faz parte do dia a dia, seja nos setores administrativos, no processo de ensino e aprendizagem, e é pilar para a qualidade acadêmica. O isolamento e distanciamento nos trouxeram grandes aprendizados e reforçaram nosso compromisso com uma educação de qualidade e com o projeto de vida dos nossos estudantes, em qualquer condição. Adaptamos todos os nossos projetos ao ambiente digital fazendo o melhor uso das tecnologias educacionais disponíveis no mercado e trazendo novas utilizações a ferramentas que antes eram usadas de forma muito incipiente.  

MB – Como as tecnologias educacionais têm sido aplicadas para ampliar a efetividade do processo de aprendizagem? 

Denise Campos – A Ânima se apropria do que há de melhor para promover um processo de ensino e aprendizagem de maior qualidade a cada semestre. Usamos as tecnologias educacionais por meio de plataformas para aulas, de sistemas educacionais de gestão acadêmica, de softwares de simulação, de realidade virtual, de simulação realística e para acesso do acervo bibliográfico virtual, entre outras aplicações. Este ano teremos novidades pioneiras no setor educacional brasileiro. Aguardem!

MB – Ter uma plataforma como a Minha Biblioteca fez diferença durante a pandemia e fará nesta retomada às aulas? Quais as vantagens, diferenciais e recursos mais utilizados pelos vários públicos da Instituição, tanto no ensino a distância como no presencial?

Denise Campos – Sim, muito! A parceria com a Minha Biblioteca permitiu que os estudantes e docentes seguissem acessando as bases para suas pesquisas e assim seguirá, visto que a plataforma já era disponibilizada aos alunos e continuará sendo. Trata-se de garantir o acesso à Educação, já que todos os alunos podem consultar o rico acervo de onde estiverem. 

 nima Educação: propósito de transformar pessoas

MB – No ano passado vocês conquistaram o 1º lugar no setor de serviços do Prêmio Valor Inovação Brasil 2021. O que essa premiação representa e por quê?

Denise Campos – A Ânima é reconhecida pelo espírito empreendedor. Empreender não significa abrir uma empresa. Significa acreditar e ter capacidade de realizar o que é novo, desafiador, diferente, e essa é a alma da Ânima. Conhecer o que há de melhor no setor educacional no mundo e trazer para a nossa realidade, adaptar para nosso contexto, inovar, criar, desenvolver, tudo isso faz parte do dia a dia de todos inseridos no Ecossistema. Inovar é a nossa cultura e sermos premiados por isso só reforça o caminho certo para um futuro melhor.

MB – Podemos dizer que a inovação funcionou como uma ferramenta motivadora no avanço da Educação, num período de tantas restrições? Há como mensurar estes resultados e projetar para os próximos anos?

Denise Campos – A escola, falando de maneira geral, é uma instituição antiga. Ainda hoje vemos aulas acontecendo da mesma maneira que há séculos. A partir do momento que o mundo e as relações mudam, a forma de educar também tem que mudar, pois o que se espera é que as novas gerações assumam as responsabilidades por esse novo mundo e saibam preservá-lo. Que passem a pensar como espécie, e não como indivíduo. É uma nova era, tudo mudou. A inovação é essencial para o avanço da Educação e isso se intensificará nos anos vindouros.

MB – Num balanço da pandemia, quais as principais perdas, pensando nas IES, nos docentes e estudantes? Como analisa estes reflexos no ensino e na dinâmica da Ânima? 

Denise Campos – Vivenciamos dores em relação à distância das pessoas. Os estudantes e colaboradores sentiram falta do contato, do estar junto, do interagir, socializar.  Alunos de cursos que exigem muita proximidade, como os da Saúde, por exemplo, sentiram a ausência desse relacionamento. Porém, aprendemos muito também, inclusive sobre como as aulas on-line podem se tornar humanizadas, com dinâmicas especializadas e, em especial, com os encontros síncronos promovidos, onde todos estão conectados ao mesmo tempo e com o mesmo propósito: o de trocar saberes.

MB – Muitos especialistas dizem que estes quase dois anos de pandemia representam um retrocesso educacional que levará muito tempo para se recuperar. Você concorda? 

Denise Campos – Não pensamos em retrocesso, mas sim em mudanças na forma de aprender. Hoje, sabemos usar o que há de melhor da tecnologia. Houve – e ainda haverá – investimentos, para que a experiência digital fosse rica e atingisse o propósito do aprender. Temos experiência agora sobre o que funciona, o que os alunos gostam, como aprendem e como e quando aplicar cada tecnologia disponível. É uma nova forma de aprender e de ensinar e estamos nos adaptando a ela.

MB – Como projeta o futuro da Educação com foco no Grupo e no país?

Denise Campos – A Educação do futuro começou. Ela envolve espírito inovador, empreendedor e a formação de cidadãos críticos que atuem em prol do outro. O mundo precisa de empatia, de solidariedade, de pensamento em forma de ecossistema. Preparar alunos para serem resilientes, adaptáveis, para trabalhar em equipe, com paixão, com entrega, com dedicação e felicidade é a chave. Preparar os estudantes para a educação continuada, ao longo da vida, é essencial. Tudo evolui muito rápido e essas gerações precisam estar atentas e aprendendo o tempo todo. É essa adaptabilidade e esse pensamento em ecossistema que vão garantir o futuro dos nossos filhos, netos, bisnetos, que vão garantir a nossa espécie em um mundo melhor. E um mundo melhor começa pelo nosso bairro. A Ânima transforma pessoas que transformam o mundo, e assim seguiremos!

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