Alagoana de 20 anos é única nordestina em Harvard

 

A alagoana Larissa Maranhão sempre foi muito persistente e otimista. Com 18 anos, no início de 2012, Larissa tentou pela primeira vez entrar em Harvard, mas não conseguiu. “Eu me atrapalhei no primeiro ano e não fiz um trabalho tão bom”, explica.

Então, ela resolveu usar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e conquistou uma vaga em economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A temporada fluminense não durou muito: ela se desanimou diante da longa greve de professores e funcionários naquele ano.

Resolveu passar um mês e meio na Índia, engajada em um projeto de ensino de inglês em comunidades pobres como voluntária. Na volta, refez algumas das provas do SAT, o Enem norte-americano, reescreveu as cartas de apresentação, podendo incluir a experiência que adquiriu no exterior. Dessa vez, também contou com a assessoria da Fundação Estudar na parte burocrática, dos documentos.

Em 2013, a boa notícia finalmente chegou: em 28 de março, a jovem recebeu a confirmação do ingresso em Harvard. Hoje, com 20 anos, Larissa estuda economia na prestigiada universidade e já exibe um currículo invejável a qualquer estudante.

Estudo e persistência

Larissa é hoje um dos 13 estudantes brasileiros de graduação em Harvard – e a única brasileira do Nordeste. A rotina é puxada – dizem que o aluno tem que estudar três horas para cada uma das horas de aula – e a garota tem ainda outros compromissos. “Aqui, as atividades extracurriculares são quase tão importantes como o curso em si”, conta a garota que se mudou há um ano e meio para Cambridge, nos Estados Unidos.

Além de estudar, ela co-preside a Associação Brasileira de Harvard – lá, as instituições nunca têm um só líder. Ela divide o posto com Tábata Amaral – e integra um grupo de consultoria a startups.

Também foi selecionada como líder de torcida da universidade. De agosto a dezembro, ela anima as temporadas do futebol americano. De janeiro a junho, é a vez do basquete. “Na verdade eu queria remar, mas a água era muito fria”, confessa a alagoana. “Como gosto de dança e de esporte de força, a torcida é algo diferente, em que você participa, faz acrobacia, pula.”

Bolsa de estudos

Para pagar os US$ 60 mil anuais da universidade, ela conta com uma bolsa da Fundação Estudar. Nesse pagamento estão incluídas alimentação e hospedagem – 99% dos alunos moram nos alojamentos. “Às vezes ajudo em eventos e a cada semestre ajudo a organizar os dormitórios (para ganhar dinheiro para os outros gastos)”, conta a estudante. “No verão, trabalho e junto meu próprio dinheiro.”

A bolsa com a fundação foi prêmio pelo seu trabalho voluntário no blog EnemRED em que ela compartilha suas dicas para uma boa redação do Enem – ela tirou nota 1.000 na prova de 2011 e passou a ser questionada sobre estratégias para um bom texto. A ideia de Larissa é retornar ao país quando a graduação terminar: “Quero voltar para o Brasil, contribuir com o desenvolvimento do próximo”, afirmou.

Por fim, ela manda um recado a quem se inspirou com a sua história: “A mensagem que aprendi e que passo é que, apesar de qualquer sonho parecer ousado, ele está longe de ser inalcançável.” E ela é prova disso.

Fonte: Uol