A evolução das formas de leitura

Entre 1425 e 1456, Gutenberg imprimia a primeiro livro produzido em larga escala na Europa: uma bíblia. Antes, porém, os chineses já tinham técnicas de impressão de caracteres através de xilogravura, no século XI. De lá pra cá, muita coisa se passou. Os livros se tornaram baratos, passaram a contar todo tipo de história e adotaram novos formatos. Com a tecnologia, vieram os e-books e livros animados. E eu me arrisco a colocar uma nova data na cronologia da leitura como conhecemos: março de 2014 – lançamento do Spritz.

Aplicativo de leitura rápida lançado pela empresa norte-americana de mesmo nome, o Spritz promete permitir a leitura de até mil palavras por minuto. Nesse ritmo, é possível ver a bíblia de Gutenberg em módicas 13 horas. Mas como ele faz isso? A ideia defendida por seus desenvolvedores (que passaram três anos estudando o modo como lemos) é que se fixarmos os olhos em apenas um ponto focal e mostrarmos todas as outras palavras naquele ponto, conseguimos agilizar nossa leitura pois o cérebro processa automaticamente o significado daquela palavra, entendendo no máximo 13 caracteres por vez.

Desenvolvido especificamente para leituras em pequenas telas, como os smartphones, o Spritz tem a imensa vantagem de ser totalmente pensado para as novas tecnologias. Você não precisa ficar arrastando a página para baixo pra conseguir finalizar a leitura de uma coluna. O Spritz apresenta todas as palavras do texto em um único ponto, permitindo uma leitura rápida a qualquer instante.

A novidade despertou sentimentos opostos. Alguns amaram sua praticidade e rapidez. Outros já defendem que ele vai tirar todo o prazer da leitura. Normalmente os que se enquadram na segunda opinião são os mesmos que não gostam muito dos e-books e defendem o livro em papel. Essa é uma discussão que está longe de terminar, e certamente não será o Spritz quem dará a palavra final.

A tecnologia vem apresentado diversas novidades referentes ao mundo da leitura. Basta uma rápida pesquisa para encontrarmos livros animados para crianças, leitores on-line, redes sociais sobre livros e até mesmo os apps que ajudam a ler mais rápido.

Esta é uma discussão que não pode ter apenas dois pontos de vista. Trabalhar apenas com “contra” ou “a favor” da tecnologia no processo de leitura minimiza os diversos exemplos e argumentos existentes. É preciso pensar em qual forma atenderá melhor a demanda de leitura. Por exemplo: para um universitário, pode ser melhor ler num e-reader, assim sua mochila fica mais leve. Assim como esse mesmo estudante pode ter o seu momento de lazer com romances através de livros físicos. Tudo é questão de bom senso.

Adaptado via Administradores