A vida virtual da escola depende da formação do professor. Pelo menos é o que aponta a primeira etapa do relatório Tendências da Vida Virtual na Educação (TVVE). O levantamento destaca que a dimensão do impacto da tecnologia na escola tem relação com a capacitação dos educadores para saber quais ferramentas estão disponíveis e quando podem usá-las.

A percepção de gestores de escolas em 25 estados brasileiros e o Distrito Federal foi considerada na pesquisa, contabilizando 956 públicas e 147 privadas.A formação de professores apareceu em primeiro lugar nos questionamentos sobre o fator que mais contribui para o aumento do uso de tecnologia na educação, com 36,5% das respostas, seguidas por outros itens como melhor conexão à internet (28,5%) e computadores disponíveis para o uso dos alunos (19,3%).

“Os recursos virtuais serão essenciais para um aprofundamento dos conteúdos apresentados tanto dentro de sala de aula quanto fora dela, desde que os professores sejam capacitados para a sua utilização”, diz no relatório a diretora Francisca dos Santos, da Escola Estadual Valdicleiwtson da Silva Menezes, de Cedro (PE).

Mais da metade dos gestores concordam plenamente (31,85%) ou parcialmente (43,31%) com a afirmação de que o que falta para aumentar a vida virtual das suas escolas é a formação de professores em tecnologia. João Paulo Uchôa, idealizador-executivo do relatório TVVE, explica que essa capacitação consiste em mostrar para o professor como a tecnologia pode ser uma ferramenta utilizada no trabalho dele. “As coisas passam a fazer parte do dia a dia do professor quando elas ganham sentido e significado”, explica.

Ainda conforme o relatório, os dispositivos mais presentes na escola são os projetores (85%), os computadores para alunos (76,5%) e professores (75,5%) e as câmeras digitais (73%). Ao investigar os benefícios que as escolas buscam ao adotar recursos virtuais, identificou-se que 21,5% das instituições desejam prover conteúdos que atendam à proposta de aula. Outros propósitos como captar a atenção dos alunos (17%) e otimizar o tempo em sala de aula (14,5%) também encabeçam a lista, revelando um uso que ainda está muito relacionado ao formato de aula tradicional.

Em contrapartida, o relatório também identifica uma tendência de que o uso de recursos virtuais aumente nas escolas durante os próximos anos, incorporando mais ferramentas relacionadas a um ensino personalizado, como jogos virtuais e listas de exercícios online.  “A tecnologia vai se moldar e se adaptar à realidade da escola”, comenta Uchôa.

A primeira fase do relatório TVVE já está disponível para download. A previsão é que a segunda etapa apresente um novo recorte nacional, acrescentando a percepção dos professores sobre o uso de tecnologia na escola. “O que deixa a gente feliz é que todos estão buscando significados para o uso da tecnologia”, afirma o empreendedor Thiago Feijão, criador do QMágico.

Via: Porvir

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