Facilitar o acesso ao conhecimento, fomentar o espírito crítico e analítico dos estudantes, introduzir novidades tecnológicas e oferecer soluções que potencializem a aprendizagem, são apenas alguns dos desafios impostos às Instituições de Ensino Superior (IES), para que se mantenham atuantes e conectadas, em um mundo cada vez mais digital.
Hoje, essas instituições passam por profundas mudanças causadas pelo uso de tecnologias e pela nova geração de ‘nativos digitais’. Mas, como promover uma transformação digital que, de fato, possibilite um ensino mais efetivo nas IES?
Quais as melhores metodologias para democratizar a educação e atender as necessidades pedagógicas, diante dos impactos causados pela pandemia no ensino superior do país?
Fomos buscar essas e outras respostas com um especialista, Jeferson Pandolfo, Diretor de Educação Digital do Centro Universitário UniCarioca, CRO (Chief Relationship Officer) na InterEDtech e Consultor na Hoper Educação.
Nesta conversa, Pandolfo, que é Mestre em Novas Tecnologias Digitais na Educação, expõe sua análise sobre o cenário da educação brasileira e traz sua ampla visão como consultor e gestor acadêmico de importantes grupos educacionais. Ele também aborda o avanço e inovações das metodologias, ferramentas e da própria comunidade acadêmica, para atender as habilidades, competências e exigências deste cenário de aprendizado acelerado.
MB – Pode-se pensar que o confinamento evidenciou os problemas da educação no país?
Jeferson – Os problemas da Educação são muitos e de longa data. Infelizmente, durante a pandemia, os mais prejudicados são justamente aqueles que mais precisam, tanto quando analisamos a falta de acesso à internet de qualidade, ou mesmo de condições e local apropriado para realizar os estudos. Se incluem neste contexto, as crianças e jovens, do Ensino Infantil ao Ensino Superior, que perderam o relacionamento com os colegas e professores, com inúmeros déficits de aprendizagem.
MB – Essa crise sanitária serviu para evidenciar a capacidade de superação das IES e a importância do Ensino Superior para o desenvolvimento econômico dos países?
Jeferson – Duas excelentes questões, onde é preciso considerar que os verdadeiros heróis da pandemia são os professores que, rapidamente, conseguiram entender o desafio e atuaram de diferentes maneiras, para continuar com as atividades propostas. Do outro lado, os estudantes agora percebem, cada vez mais, a importância da autonomia e do protagonismo da aprendizagem, exigindo muito mais dos professores e das Instituições de Ensino.
Sobre a importância do Ensino Superior para o desenvolvimento econômico dos países, é importante observar que os índices da educação formal no Brasil não são dos melhores, um tanto atrasados, com relação aos países vizinhos, que entenderam a importância da formação de nível superior para o desenvolvimento da nação. Também é relevante destacar que o número de pessoas no Ensino Superior flutua, de acordo com o comportamento da economia. Quando o PIB diminui, temos redução dos ingressantes e, assim, considerando o PIB do segundo trimestre de 2021, não podemos acreditar em uma retomada expressiva no número de ingressantes nos próximos semestres.
MB – E o que mais impactou as IES, pensando em transformação digital?
Jeferson – O desafio, durante a pandemia, é para garantir o desenvolvimento das competências propostas em cada curso, mantendo um excelente relacionamento com os estudantes, atuando na formação dos professores para o uso das tecnologias educacionais, e encontrar soluções que consigam contribuir para o processo de aprendizagem. Neste contexto, plataformas como a Minha Biblioteca ajudam a assegurar este acesso com muita qualidade.
MB – Então, os avanços tecnológicos são um caminho ou a solução para qualidade do Ensino Superior?
Ao contrário de alguns anos atrás, quando as tecnologias eram escassas e caras, agora existem muitas soluções que contribuem com o desenvolvimento do Ensino Superior. O que as Instituições precisam é de profissionais que entendam destas tecnologias e saibam aplicá-las em diferentes contextos e metodologias. Além disso, a geração de estudantes é de nativos digitais, que nasceram inseridos em um mundo tecnológico de ‘infotenimento’ dos celulares, com grande aptidão ao uso das tecnologias.
O ensino tradicional morreu com a pandemia. Fato é que vivemos um novo momento, em um mundo híbrido, de aprendizado acelerado e uso intenso de tecnologias.
MB – Qual a melhor maneira de implementar o processo de Transformação Digital na Educação?
Jeferson – Transformação Digital na Educação começa pela mudança da cultura organizacional, que precisa contagiar os diferentes atores envolvidos nas operações. Depois, é necessário entender que Transformação Digital na Educação precisa, obrigatoriamente, significar melhor experiência para a comunidade acadêmica, surpreendendo os estudantes, desde o primeiro contato com a instituição de ensino; que precisa estar preocupada com a jornada do estudante, além do tempo que ele estará nela.
As melhores práticas na formação dos professores, coordenadores e colaboradores acontecem quando, de fato, a instituição conhece o perfil e necessidades de seus estudantes e possui um propósito muito bem definido, encontrando os diferenciais e agregando valor em todo processo de aprendizagem. E as instituições de ensino precisam desenvolver programas de formação permanentes, para atender as exigências deste mundo de aprendizado acelerado.
Uma dica importante é iniciar pelo mais simples e, conforme a instituição for dominando o processo de transformação, começa a testar e incorporar o uso das novas tecnologias educacionais. E, neste sentido, a Minha Biblioteca se mostra fundamental para garantir e fomentar o acesso a milhares de livros e informações, de maneira intuitiva, rápida e acessível de qualquer dispositivo.
MB – Há críticas em relação a algumas IES que preferem manter modelos pedagógicos menos flexíveis, ao dar um passo em direção à inovação e a modelos menos burocráticos e mais competitivos. Qual a sua análise? Como trabalhar essa questão no mindset das IES?
Jeferson – Existem diferentes modelos pedagógicos com bons e maus resultados, mostrando que a diferença está na forma de fazer e entender os estudantes. Muitas vezes, a falta de flexibilidade está no desentendimento sobre a legislação, o que acontece quando os gestores não conseguem ser criativos para desenvolver ações além daquelas que, tradicionalmente, já são realizadas. O ensino tradicional morreu com a pandemia. Fato é que vivemos um novo momento, em um mundo híbrido, de aprendizado acelerado e uso intenso de tecnologias. Assim, a necessidade de flexibilização curricular e inovação dos modelos pedagógicos é tão real quanto a Lei da Gravidade. Você pode até não acreditar ou ser contrário, mas que ela existe, é inegável.
MB – Com a forte influência do mundo digital, percebe-se a importância de as instituições adotarem processos cada vez mais ágeis e personalizados. Pode destacar alguns?
Jeferson – Todos nós gostamos de boas experiências e ficamos felizes quando somos bem atendidos e quando os processos são fáceis. Com a educação superior não pode ser diferente. Desde o primeiro contato com a instituição, na forma de realizar a matrícula, pagar, se relacionar e estudar; a experiência precisa ser mais do que satisfatória para que exista motivação para a rotina de estudos. Bons exemplos da influência do mundo digital nos processos educacionais estão na Secretaria Virtual e nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem Adaptativos.
MB – O foco educacional deve estar na construção do indivíduo para o mundo, como multiplicador de conhecimento para uma sociedade melhor?
Jeferson – O foco da educação deve estar na construção de um cidadão analítico e crítico, que consiga articular diferentes saberes para a tomada de decisão, em um mundo que precisa de pessoas com capacidade de criação e inovação. Não esquecendo que, as habilidades mais requisitadas no mundo dos negócios estão relacionadas à resolução de problemas complexos, aprendizagem ativa e inteligência emocional.
MB – A Educação no Brasil está ultrapassada e pode criar um abismo entre o presente e futuro dos jovens? O que projetar para os próximos 10 anos?
Jeferson – O sistema educacional do mundo precisa evoluir para conseguir entender e atender uma geração cada vez mais conectada, que possui diferentes estilos de aprendizagem e vive em um universo de completa incerteza, com a criação de novos modelos de negócios a cada dia, desconstruindo aquilo que conhecíamos como carreira, que agora, acontece de múltiplas formas, com o desenvolvimento de diferentes habilidades para se relacionar com este mundo de aprendizado acelerado.
Acredito que os próximos anos serão marcados pelas plataformas adaptativas e personalizadas, pelo machine learning e o uso intenso de realidade aumentada e virtual. Um futuro que é cada vez mais realidade.
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