Com reconhecimento internacional no atendimento à saúde, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, além do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), tem se destacado na área de ensino, com a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).
A excelência nos cuidados com os pacientes se expande para a atenção na formação de profissionais qualificados, em cursos de graduação, pós-graduação e MBA, com grades curriculares que proporcionam oportunidades para os estudantes – no Brasil e no Exterior – terem acesso aos avanços da ciência e vivenciarem, na prática, o dia a dia da saúde com o paciente ou na gestão do negócio.
Nesta entrevista para o Blog da Minha Biblioteca, João Paulo Bittencourt, Gerente de Ensino Superior e Coordenador do Curso de Graduação em Administração de Organizações de Saúde da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, conta a trajetória da instituição e ressalta que as transformações tecnológicas exercem um papel relevante em toda a atuação do Einstein e, também, se refletem na FICSAE, de forma significativa, possibilitando amplitude e profundidade na formação de seus profissionais.
MB – Em 60 anos de história, o Einstein é reconhecido, internacionalmente, como uma instituição de excelência em saúde e líder em mudanças e inovações. Como esta filosofia migrou para a área de ensino?
João Paulo – O Einstein traz a excelência em sua essência e, desde sua origem, estruturou-se sobre quatro valores da tradição judaica: Saúde (Refuá); Educação (Chinuch); Boas ações (Mitzvá); Justiça social e solidariedade (Tsedaká). Assim, o ensino esteve presente desde a concepção da instituição, pois para o Einstein não há como alcançar a excelência sem privilegiar o desenvolvimento humano e o conhecimento.
MB – É possível fazer um rápido balanço dos momentos mais importantes até hoje?
João Paulo – O curso de graduação em Enfermagem iniciou suas atividades há mais de 30 anos, em 1989. Em 2004, foi lançada a primeira turma de pós-graduação lato sensu, modalidade que se expandiu e hoje atende a parte dos assuntos da área da saúde, especialmente aqueles em que a Instituição tem expertise e competência. No mesmo ano, começou o Programa de Residência Médica, que hoje possui 22 programas, em diferentes especialidades médicas, e, em 2012, foi implantada a Residência Multiprofissional. Em 2014, foi a vez da pós-graduação stricto sensu, com o Programa de Mestrado e Doutorado Acadêmico em Medicina e o Programa de Mestrado Profissional em Enfermagem e, em 2018, foi aprovado pela CAPES, o Programa de Mestrado Profissional em Ensino na Saúde, com a primeira turma em 2019.
Em 2015, foi autorizado o Curso de Medicina – avaliado com nota máxima – que forma sua primeira turma neste ano de 2021 e, em 2017, foi obtido o Credenciamento lato sensu de Ensino a Distância, com conceito máximo (nota 5).
Atualmente, a FICSAE oferece cursos de graduação em Enfermagem, Medicina e Fisioterapia, em nível de bacharelado e modalidade presencial. A meta é ampliar o número de cursos de graduação, envolvendo outras áreas, sempre com foco na saúde e tendo como direcionamento o objetivo de melhorar a prática médica e assistencial e criar oportunidades de atração e desenvolvimento de talentos. Estão em implantação os cursos de Odontologia, Administração de Organizações de Saúde e Engenharia Biomédica. Os dois últimos encontram-se classificados na área de Negócios, Administração e Direito, Engenharia, Produção e Construção, respectivamente.
MB – Como foi o ingresso na área de Gestão em Saúde?
João Paulo – Desde 2000, o portfólio da FICSAE conta com programas na área de gestão em saúde, com pós-graduações em Excelência Operacional, Gestão da Qualidade e Liderança em Saúde, além dos cursos de curta duração. Em 2004, foi lançado o primeiro MBA, em parceria com a Instituição de Ensino Insper. Mas, a partir de 2018, a FICSAE assumiu, integralmente, estes cursos e decidiu desenvolver e internacionalizar o programa, o que exigiu a estruturação de uma área específica, dentro do ensino. Hoje destacam-se o MBA Executivo em Gestão de Saúde e o MBA Executivo em Liderança e Gestão Pública da Saúde.
A experiência de quase duas décadas nessa área, possibilitada pelo vasto portfólio nessa temática, mostra o amadurecimento e consolidação do trabalho desenvolvido, resultou, em 2021, no lançamento da Graduação em Administração de Organizações de Saúde, que completa os outros cursos.
Tão importante quanto formar excelentes profissionais na assistência à saúde, é formar gestores e líderes que conduzam as mudanças que a sociedade necessita no campo da saúde. Essas transformações ensejam conhecimento profundo da realidade local, mas também dos aspectos globais.
MB – Como se incluiu a internacionalização do ensino nesta jornada?
João Paulo – A FICSAE já atua de forma internacionalizada, com parcerias estabelecidas com algumas das melhores instituições de ensino do mundo, com a promoção de cursos de formação de gestores na Europa e na América do Norte, que tendem a se expandir.
MB – E qual o propósito dos cursos gratuitos?
João Paulo – Os cursos gratuitos do Ensino Einstein oferecem acesso a conteúdos atualizados e de qualidade de diversas especialidades, produzidos na própria Instituição. Eles representam nossos valores e compromisso com a sociedade como um todo. Desde julho de 2021, são organizados via Academia Digital Einstein. São cursos conectados à realidade dos profissionais e que podem salvar vidas, em diferentes dimensões.
MB – Como a grade curricular e a quantidade de cursos se define? Por demanda, interesses da própria instituição para formar seus profissionais da casa ou pelo mercado?
João Paulo – Nosso propósito é levar uma gota de Einstein a cada pessoa e a FICSAE tem papel fundamental nessa missão. Nossas ações são orientadas por ela. Por isso, nosso portfólio é desenvolvido a partir de uma articulação entre nosso conhecimento do setor, demandas internas e externas.
No caso do curso de Administração de Organizações de Saúde, por exemplo, as motivações partem da missão da instituição, a necessidade de formação de qualidade e os desafios enfrentados pela gestão de saúde no país. Alguns deles foram destacados durante a pandemia. Uma vez decidido que o curso seria lançado, houve uma articulação entre especialistas de diferentes áreas, inclusive fora do setor de saúde, gestores do Einstein, professores e referências de mercado. Esse grupo discutiu e delimitou competências para um líder da saúde do futuro e, a partir disso, as desdobrou em unidades curriculares.
“A biblioteca digital é uma ferramenta fantástica. Facilita a gestão do acervo, permite economia e atualização constantes e propicia disponibilidade de acesso por parte de estudantes e professores”
MB – Como as inovações tecnológicas estiveram presentes neste processo de compartilhar conhecimento para capacitar públicos diferentes: médicos, enfermeiros, especialistas?
As transformações tecnológicas exercem um papel relevante em toda a atuação do Einstein. E isso também se reflete na FICSAE de forma significativa, possibilitando amplitude e profundidade na formação de seus profissionais. Por um lado, o Centro de Simulação Realística (CSR), Centro de Treinamento em Cirurgia (CETEC) e o Centro de Pesquisa Experimental (CPE) permitem que o processo seja vivenciado, testado e avaliado. Do ponto de vista metodológico, temos um esforço constante de tecnologia educacional, favorecendo o processo de ensino e aprendizagem: aplicativos desenvolvidos para possibilitar o Team-Based Learning, a avaliação formativa e o acompanhamento do estudante, a utilização de Ambiente Virtual de Aprendizagem adaptado às metodologias ativas e colaborativas da FICSAE e a biblioteca virtual, numa parceria com a Minha Biblioteca, desde 2020.
A modalidade de ensino a distância é um potencializador de alcance do Einstein. Com metodologia própria e contextualizada no cenário da saúde, ela possibilita a ampliação do acesso à formação de excelência a todas as regiões do Brasil e até da América Latina, onde já atuamos com cursos de curta duração e especialização.
MB – Que relevância a biblioteca digital tem neste contexto?
João Paulo – Entendemos que a biblioteca virtual é parte do processo de transformação digital das bibliotecas acadêmicas e Instituições de Ensino. Estão alinhadas aos novos modelos de gestão de acervo, metodologias ativas de ensino e atendem à atual demanda e cultura de consumo da informação. Dentre as características que a tornam relevante neste contexto, podemos destacar o acesso e disponibilidade, onde e quando se precisar: 24×7 (vinte e quatro horas, sete dias por semana), conceito de um livro por aluno; acessibilidade, com as configurações para leitura melhorada; interação com o conteúdo: highlights, hiperlinks, compartilhamento; atualização através de acervo “flutuante” com novas edições, novos títulos; economia, com a renovação da bibliografia, sem a necessidade de aquisição de novos exemplares e infraestrutura, pois o acervo digital não ocupa espaço físico, além de poder ser direcionado para atividades que promovam intercâmbio e troca de conhecimento.
Em outras palavras, a biblioteca digital é uma ferramenta fantástica. Facilita a gestão do acervo, permite economia e atualização constantes e propicia disponibilidade de acesso por parte de estudantes e professores, o que é fundamental para nosso discente de Administração. Nosso curso possui mil horas curriculares de atividades práticas, ao longo dos quatro anos, além das outras possibilidades de inserção, que incluem estágio desde o primeiro ano, empresa júnior, atuação no SUS e na saúde suplementar. É essencial que o estudante tenha acesso ao conhecimento atualizado e relevante, a qualquer momento e local, requisitos que a biblioteca digital atende.
MB – Como são realizadas as ações de divulgação dos acervos virtuais e seu acesso junto às unidades? Há treinamentos ou que outras ferramentas são usadas?
João Paulo – Acontecem via canais internos e externos de comunicação: site, mídias sociais, e-mail marketing, murais físicos e eletrônicos. Peças em formato físico como, por exemplo, folders, marca-página e cards também fazem parte do conjunto de ações. O Sistema Einstein Integrado de Bibliotecas oferece programação de treinamento que inclui a capacitação para o uso das bibliotecas digitais e demais recursos de pesquisa.
MB – Como é o reflexo desse trabalho na gestão do Ensino Einstein?
A biblioteca virtual e demais produtos disponibilizados ao Corpo Docente e Discente contribuem para a qualidade do Ensino, Pesquisa e Extensão. Demonstram a preocupação da Instituição em fornecer fontes de informação de qualidade, o que impacta positivamente nos processos avaliativos e regulatórios dos cursos.
MB – Qual a expectativa em relação ao Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, que pretende se tornar um dos mais avançados centros da América Latina?
João Paulo – O projeto demonstra o compromisso do Einstein com o objetivo de promover a melhora da saúde no país, por meio da geração e difusão de conhecimento. O Centro abrigará estudantes, professores e pesquisadores da FICSAE e servirá ao propósito de criar um ambiente capaz de atrair talentos de todo o país e de outras partes do mundo. Além disso, também será um marco arquitetônico da cidade de São Paulo.
“Somos obstinados por qualidade e sabemos o impacto positivo que uma formação de alta confiabilidade gera para a sociedade”
MB – E o novo curso de Administração de Organização de Saúde? Qual o propósito?
João Paulo – Tem o objetivo de formar os novos líderes da área de saúde no Brasil. Ele segue as diretrizes dos cursos de Administração e forma um administrador apto a liderar qualquer organização. O foco em saúde permite ao estudante mergulhar e vivenciar quase mil horas de prática em sua formação dentro do próprio sistema Einstein, que inclui 27 unidades no setor público e 13 unidades no setor privado. Afinal, para formar um administrador, entendemos que é muito relevante ele saber fazer no mundo real.
Tudo isso organizado pelo Escritório de Carreira, que articula os feedbacks de campo e do curso, propiciando uma avaliação 360º do estudante. Essa experiência é fundamental para o desenvolvimento de gestores que atuam na complexidade. Costumo dizer que o estudante que se preparar para administrar uma organização de saúde consegue gerenciar qualquer organização.
MB – De que forma a pandemia influenciou no universo do ensino do Einstein?
João Paulo – A pandemia deixou diversos legados para os administradores de saúde. O setor evidenciou a disposição das organizações em mobilizar recursos e pessoas, em prol do bem comum. Além disso, explicitou a necessidade de profissionalização da gestão para responder rapidamente aos desafios de flexibilizar a capacidade das instituições de saúde. Como mencionei, nós pretendemos levar uma gota de Einstein a cada pessoa; quando formamos gestores, formamos verdadeiros “regadores” dessas gotas.
MB – “Docentes de alto nível, tecnologias, metodologias e soluções pedagógicas de ponta são elementos diferenciadores do Ensino Einstein”. Esta é a melhor descrição para o trabalho desenvolvido hoje na instituição?
João Paulo – Uma excelente descrição. Nós somos obstinados por qualidade e sabemos o impacto positivo que uma formação de alta confiabilidade gera para a sociedade. Por isso, associamos metodologias, tecnologias, soluções pedagógicas personalizadas e a geração de evidências de aprendizagem.
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