Ler um livro, hoje, pode ser uma tarefa absolutamente normal e corriqueira, mas nem sempre foi assim. No século 15, quando  livro passou a ser um instrumento difusor de informação, as pessoas tiveram que ensinar o cérebro a se desconectar do mundo ao redor e mergulhar neste outro universo, senão muito do conteúdo não seria absorvido. Esse comportamento utilizado pela especialista em marketing on-line Jolanta Galecka como argumento para explicar porque a internet entrou com tanta facilidade na vida moderna ­– principalmente entre as crianças. “A internet permite que nosso cérebro funcione do jeito que ele mais gosta”, defende. Ao invés de termos que treinar para se concentrar em um livro, com a internet o aprendizado é mais disperso, baseado na observação, e por isso mais natural.

Para Galecka, o cérebro sempre se desenvolveu em movimento, prestando atenção em tudo que está ao redor. Por ser um ambiente onde o aprendizado ocorre de maneira facilitada, a introdução do uso da internet é muito difícil em escolas com modelos de ensino tradicional, que não fomentam nos alunos a multiconexão entre conteúdos, informações e experiências de vida.

Segundo a especialista, nosso cérebro absorve o conhecimento através de modelos mentais de conexão próprios, únicos de cada indivíduo, de acordo com o conhecimento que cada um possui previamente. Justamente por isso, ele argumenta que tais conexões não podem ser ensinadas. “Podemos dar informação, para que ela seja absorvida. Com base nela é que se constrói o conhecimento”, completa Galecka.

Jolanta Galecka afirma que o entendimento sobre como nosso cérebro funciona e responde aos estímulas é fundamental, para então podermos passar as informações e usar as habilidades pedagógicas dos professores para instigar os alunos e construirem suas próprias conexções com o mundo. Nesse sentido, podemos destacar a sala de aula invertida e o aprendizado baseado em projetos como exemplos de soluções que trazem melhores resultados em termos de desenvolvimento de conexões.

Por fim, a especialista afirma que nem mesmo estes modelos, usados unicamente, são a solução. Eles devem ser complementados com outras práticas para que efetivamente o conteúdo ganhe relevância diante dos alunos, estimulando o pensamento crítico.

Adaptado via Porvir

 

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