As Instituições de Educação Superior (IES) enfrentam desafios diários e a pandemia da Covid-19 exigiu dos gestores uma nova postura para administrar, com eficiência, docentes e discentes na descoberta de novas habilidades, para se adequarem aos efeitos de um confinamento, longe dos campus universitários, e ao ensino remoto, através de uma imersão nos recursos tecnológicos. Tudo para viabilizar que o conhecimento pudesse ser compartilhado com qualidade, mesmo à distância.
Não foi fácil definir estratégias para atuar neste universo digital, em constante transformação. As aptidões para se adaptar a ele passaram por tomadas de decisões importantes e cada Instituição seguiu diferentes diretrizes, marcadas por maior resistência às atuais metodologias de aprendizagem ou mergulhando fundo nesta nova jornada de inovação.
Foi preciso ajustar a gestão e reformular prioridades nos conteúdos, capacitação dos docentes e na forma como chegariam aos estudantes, nativos digitais ou não, com estímulos que os levassem a se mobilizar para continuar adquirindo conhecimento, de forma acessível e eficaz.
Para a maioria das Instituições de Educação Superior, porém, todo este processo de adequações começou antes da pandemia, em 2018, com os novos instrumentos de avaliação do MEC, que trouxeram uma outra perspectiva sobre a visão de qualidade dos cursos presenciais e à distância, como observa Luciana Maia Campos Machado, Superintendente Acadêmica da Faculdade FIPECAFI “Passamos a analisar não somente o que é proposto nos cursos, mas quais os mecanismos inovadores que permitem que a aprendizagem de fato ocorra”.
O Modelo da Faculdade FIPECAFI
As exigências do MEC tiveram que ser absorvidas pelos gestores pois, segundo Luciana, as palavras “aprendizagem” e “inovação”, tornaram-se frequentes nos novos instrumentos de autorização e reconhecimento de cursos. “Se já havia a necessidade de planejamento e avaliação e a expectativa das IES de mais espaço para trazer práticas inovadoras aos cursos, com a pandemia se percebeu que não bastava apenas investir em recursos didáticos, infraestrutura e tecnologia”, enfatiza a Superintendente Acadêmica.
Este cenário envolve muitas outras questões a serem respondidas, sobre como os novos instrumentos incentivam o real acompanhamento da efetividade desses recursos no processo de aprendizagem. E, ainda, de que forma contribuem para o perfil de formação do egresso, desenvolvendo as habilidades e competências esperadas pelo mercado de trabalho. Pois, ao final, todo o processo – que envolve planejar, acompanhar e avaliar – deve se refletir no Projeto Pedagógico de Curso (PPC), em consonância com as Diretrizes Nacionais Curriculares (DCNs), com o perfil profissional que a IES deseja formar e respeitando o DNA da universidade.
Para Luciana Maia, esse é ainda um grande desafio, pois exige das Instituições de Educação Superior um olhar constante para as demandas do mercado e formação acadêmica. “Na Faculdade FIPECAFI adotamos como prática o diálogo constante com especialistas durante a revisão e estruturação do “perfil do egresso” de nossos programas de graduação, pós-graduação e mestrado, o que nos permite identificar as necessidades de formação nas áreas de contabilidade, finanças e negócios. O momento atual demanda profissionais com forte viés tecnológico, habilidades interpessoais, capacidade analítica, senso crítico e dinamismo”.
Hoje a Faculdade se posiciona como uma das melhores Instituições de Educação do país, acumulando diversos indicadores de qualidade, por parte dos órgãos competentes. Desde 2016, apresenta conceito máximo, 5, no IGC (Índice Geral de Cursos) sendo que, no último período analisado, apenas 2,2% das instituições alcançaram esse desempenho. Os cursos de graduação da Instituição possuem avaliação máxima pelo MEC, nas modalidades presencial e à distância.
Gestão dos acervos bibliográficos
Num contexto de novas regras da legislação, é natural que os impactos nas Instituições atinjam níveis diferentes e coloquem em xeque modelos tradicionais de gestão, inclusive dos acervos bibliográficos.
Porém, já é realidade que os instrumentos de avaliação abriram espaço para a inovação em várias áreas nas IES, envolvendo também suas bibliotecas. Uma flexibilização, em relação à manutenção de um acervo físico, trouxe liberdade aos gestores acadêmicos, mas torna mais evidente as necessidades de gestão do acervo digital, planejamento e atenção às demandas da comunidade acadêmica.
Estas transformações exigiram um certo “jogo de cintura” dos gestores, em relação ao que era necessário e o possível. “Alguns, em um primeiro olhar, podem ter enxergado as mudanças como oportunidade para reduzir custos. Entretanto, a adoção de bibliotecas 100% virtuais precisa considerar as melhores estratégias para garantir à comunidade acadêmica acesso adequado aos conteúdos da biblioteca, ainda que virtualmente, bem como a gestão do acervo disponibilizado – seja por maior interoperabilidade entre os sistemas ou políticas de contingência, que podem envolver um modelo híbrido de acervo”, analisa Luciana.
Para ela, hoje as plataformas digitais de livros possuem uma ampla oferta de títulos de diversas áreas de conhecimento. Há, inclusive, alguns que se repetem, inserção de novos e atualização de antigas edições. Como o acesso ao acervo online fica disponível, de forma simultânea e ilimitada para os estudantes, o direcionamento às obras do referencial bibliográfico dos cursos torna-se essencial.
Da mesma forma, é preciso o acompanhamento regular das bibliografias propostas nas matrizes curriculares, correlacionando-as aos títulos disponíveis na biblioteca digital, para garantir que o referencial bibliográfico esteja disponível para acesso no catálogo do acervo virtual. “Para atenderem às exigências dos instrumentos atuais, as Instituições não podem pensar na adoção de bibliotecas digitais como uma terceirização do trabalho de gestão de acervo, mas sim, como uma importante ferramenta tecnológica que amplia o acesso às soluções de apoio à leitura, estudo e aprendizagem”, alerta.
Na estratégia adotada pela Faculdade FIPECAFI, a gestão da biblioteca virtual envolve participação no desenho dos Planos de Ensino, acompanhamento das bibliografias disponibilizadas e, principalmente, a proximidade com os discentes e professores. “É assim que conseguimos uma visão gerencial analítica sobre todos os nossos cursos e a experiência do aprendizado, reforçando os cuidados da faculdade no desenvolvimento profissional e pessoal dos estudantes. Todas as ações são pensadas por uma equipe de docentes que é referência na construção do conhecimento contábil, financeiro e de negócios no Brasil”.
Acesso à inovação
Mas até que ponto estas mudanças têm trazido resultados na postura dos estudantes e do corpo acadêmico? Uma das importantes ferramentas para criar estes parâmetros são os relatórios de acesso disponibilizados por algumas plataformas, como a Minha Biblioteca, que trazem valiosas informações para a gestão acadêmica.
Com estes dados, é possível analisar quais obras são mais acessadas, quanto tempo os alunos dedicam à leitura e em que períodos isso ocorre. Permite que se avalie, conforme é exigido pelo instrumento do MEC, a efetividade de ações que incentivem o estudo. Será que os exercícios disponibilizados, em determinada disciplina, estão sendo suficientemente desafiadores para incentivar a pesquisa? Houve maior acesso à bibliografia sugerida quando ela foi disponibilizada? São alguns exemplos mencionados por Luciana Maia.
“Vale reforçar a necessidade de protagonismo do NDE (Núcleo Docente Estruturante), na garantia de que os planos de ensino e aprendizagem concedam recursos essenciais para a autonomia que o estudante adquire com a chegada de acervos digitais amplos – e, por que não, com o maior acesso a conteúdos relevantes e confiáveis na internet, no cenário pós-pandemia”.
Neste contexto, não é descartada a adoção de um modelo híbrido de acervos digitais e físicos, mas para se ter êxito nesta decisão, o planejamento é fundamental. “A política de gestão de acervo possui ferramental para ser pautada em visão analítica. Adotar bibliotecas digitais como o principal acervo da IES não significa deixar de lado o livro físico, mas permite uma nova perspectiva sobre a escolha dos exemplares disponíveis fisicamente, na biblioteca. O importante é que a estratégia adotada seja condizente com as diretrizes pedagógicas que orientam a instituição”, sugere Luciana.
Na Faculdade FIPECAFI, cliente da Minha Biblioteca desde 2017, a inovação nos modelos pedagógicos e flexibilização por parte da Instituição e gestores, começou a ser trilhada com olhar estratégico. “Poucos anos depois, nos deparamos com um cenário totalmente imprevisível, que vivenciamos até hoje: uma pandemia que transformou atividades presenciais em remotas. A transformação, que começou modestamente, há três anos, é um caminho sem volta e permitiu ao setor se adequar. As IES que já pensavam em EaD e metodologias de qualidade reagiram melhor”, analisa.
A Superintendente Acadêmica lembra que, em 2018, o novo instrumento deu espaço para uma movimentação direcionada para o processo de aprendizagem e que vale atentar para o fato de que novos instrumentos de avaliação de cursos, por vezes se deixa de falar “ensino-aprendizagem”, referindo-se somente a “aprendizagem”, evidenciando que o estudante recebe autonomia no processo, mas se espera acompanhamento das IES, com foco na real construção de conhecimento.
Com tantos rumos a seguir, num mercado altamente competitivo, a tecnologia e seus recursos apontam para novas posturas das IES, sem perderem seu foco educacional, independente do curso que oferecem. “É inegável que o mundo passa por um processo de transformação digital, que foi fortemente impulsionado pela pandemia e atingiu todos os setores, não só o educacional. As IES, que já se preocupavam com tecnologia, se tornaram ainda mais competitivas e se adaptaram rapidamente. Hoje é impossível falar de ensino sem envolver os recursos tecnológicos e inovação”.
Para Luciana, os cenários serão ainda mais desafiadores, já a partir do próximo ano. “Podemos dizer que as IES foram incentivadas a pensar em soluções digitais, mas ainda precisam evoluir, de forma geral, na gestão dos recursos que foram adotados durante a pandemia. Será o momento de aprimorar essa gestão, voltando-se agora para um público que é mais exigente ao avaliar a experiência de aprendizagem e conteúdos disponibilizados”, conclui.
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