Os anos de 2020 e 2021 foram de muitos desafios, preocupações e ensinamentos para todos os setores da sociedade. O modelo educacional foi brutalmente impactado pela pandemia do novo coronavírus e nunca mais será o mesmo. Foram inúmeros questionamentos, protocolos e resoluções para o setor. Uma nova realidade que acelerou a transformação da educação.

Mas, e agora em 2022? O que as Instituições de Educação Superior (IES) conseguiram tirar de aprendizado em sua gestão e o que planejaram para esse novo ciclo que se inicia? 

O que mudou e o que vai mudar nas universidades neste ano é o que vamos abordar em mais uma reportagem do Especial Volta às Aulas, que traz a visão e as estratégias do grupo Cruzeiro do Sul Educacional, um dos maiores do setor no Brasil, que reúne instituições de ensino superior academicamente relevantes e reconhecidas em seus respectivos mercados. Com mais de cinco décadas de atuação, 77% de suas instituições possuem conceito entre 4 e 5, no Índice Geral de Cursos (IGC), do MEC. 

O Blog da Minha Biblioteca conversou com dois gestores: Prof. Dr. Luiz Henrique Amaral, Diretor Acadêmico de Educação Presencial da Cruzeiro do Sul Educacional e o Prof. Dr. Carlos Fernando de Araújo Jr, Diretor Acadêmico de Educação a Distância. Nessa entrevista, os especialistas explicam as ações estratégicas para o modelo de ensino presencial – com o Ensino Remoto Síncrono Emergencial – e como o grupo, que já tinha um EAD robusto, gerenciou as necessidades da comunidade acadêmica.

MB – Com a pandemia mais controlada e a volta das atividades presenciais, como a Cruzeiro do Sul Educacional se preparou para o retorno presencial? 

Luiz Henrique Amaral – Com um cenário propício, de um arrefecimento da pandemia, e seguindo todos os decretos municipais e federais, estamos nos preparando com a intenção de um retorno às atividades presenciais neste ano de 2022. Tudo sendo sempre muito bem monitorado, pois caso haja aumento de óbitos e de infectados, nossa intenção pode ser alterada. Vale destacar que todas as IES da Cruzeiro do Sul Educacional estão comprometidas com o combate à pandemia do novo coronavírus, seguindo todos os procedimentos estabelecidos pela OMS, respeitando a saúde e a segurança dos estudantes, docentes e colaboradores. Temos um protocolo de biossegurança muito rígido e todos são acompanhados simultaneamente.

MB – Para o EAD, o que a pandemia trouxe de aprendizado?

Carlos Fernando de Araújo – Em um passado recente, a educação a distância (EAD) sofria com preconceitos e era preterida por muitas pessoas. Hoje, com o atual cenário que enfrentamos, ela virou a protagonista e trouxe um novo olhar para a modalidade. Ganhou força, nos últimos anos, e tem se tornado essencial na vida de milhões de pessoas que desejam investir em sua carreira, sem abrir mão de aliar flexibilidade e facilidade de acesso ao aprendizado, à otimização de tempo, com reconhecimento garantido no mercado. 

Frente ao momento atípico que o mundo enfrenta, profissionais e estudantes têm apostado no EAD, não só como forma de manter o distanciamento social, mas de seguir focados em seus objetivos. É claro que a pandemia se tornou uma oportunidade de sanar alguns preconceitos e mostrar que essa metodologia é importante para a adaptabilidade das pessoas a uma rotina em constante mutação, como tem sido nos dias de hoje.

MB – Durante o pico da pandemia, sem as aulas presenciais, quais foram as estratégias que a Cruzeiro do Sul Educacional adotou para dar continuidade ao ensino?

Luiz Henrique Amaral – Como a pandemia afetou todos os setores e proporcionou diversos impactos na vida da sociedade como um todo, neste cenário, o Brasil e outros países se viram na necessidade real de se apropriarem de recursos tecnológicos para manter o ano letivo em andamento, adotando o ensino remoto emergencial. 

Diante disso, fizemos uma rápida adaptação do Grupo que, em poucos dias, mudou todo o modelo acadêmico de ensino presencial, de forma a proporcionar aulas no padrão de Ensino Remoto Síncrono Emergencial – ERSE. Ocorreu de maneira muito ágil, principalmente por já possuirmos uma infraestrutura digital de primeira linha e toda expertise do digital aplicada à educação, tudo de forma a minimizar qualquer impacto ou prejuízo aos nossos estudantes. 

Para isso, nossos discentes contam com um dos mais modernos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) do mundo, onde as aulas têm sido realizadas de forma síncrona, no mesmo horário da presencial, com o docente das respectivas disciplinas, interação em tempo real entre professor e estudante e, também, no formato assíncrono, no qual são disponibilizados fóruns e conteúdos, que serão abordados nas aulas. Além disso, as remotas podem ser acessadas posteriormente, ou seja, o estudante que no horário, por algum motivo, não conseguiu assisti-las, poderá fazê-lo em outro momento, permitindo sua participação, sem qualquer prejuízo. E, também, seguem sendo realizados remotamente eventos, monitoria e etapas de grupos de estudo, pesquisa e extensão.

MB – Qual o perfil do estudante EAD e por que se defende que será uma tendência no pós-pandemia?

Carlos Fernando de Araújo – O aluno EAD, por si só, dispõe de características diferenciadas. E, com os novos cenários da educação ocasionados pela pandemia, já é possível identificar quem é o discente atual e o do pós-pandemia. Quem ingressa na educação a distância entende que a modalidade requer disciplina, autonomia, proatividade, muita responsabilidade e que exige um perfil mais centrado, que apresente protagonismo, liderança, boa comunicação, organização, iniciativa e pensamento crítico. Além da capacidade de buscar sua constante atualização, características exigidas pelas empresas e para o mercado de trabalho, cada vez mais competitivo.

A pandemia se tornou uma oportunidade para sanar alguns preconceitos da EAD e os estudantes perceberam com ela uma ótima opção para quem quer otimizar tempo e ainda garantir reconhecimento profissional, além de ser mais atrativa financeiramente.

MB – Também se fala sobre o modelo híbrido como uma realidade pós-pandemia para o Ensino Superior. Como a Cruzeiro do Sul Educacional se preparou para esse formato?

Luiz Henrique Amaral – Nossos alunos possuem aulas presenciais e disciplinas online, optativas, atividades complementares, de pesquisa e de extensão, flexibilizando o seu percurso acadêmico.  Nosso modelo já é híbrido, isso não é novidade para a Cruzeiro do Sul Educacional.  Desde 2005 temos, em nosso projeto pedagógico institucional, o uso e a aplicação das tecnologias digitais de comunicação em nossa prática de ensino e aprendizagem, com novas metodologias ativas adicionais às que utilizávamos.

MB – Quais são os formatos e estratégias que a Cruzeiro do Sul Virtual tem no ensino a distância?

Carlos Fernando de Araújo – A Cruzeiro do Sul Virtual possui mais de 300 opções de cursos à distância, graduação, pós-graduação, técnicos e cursos livres. Disponibilizamos os seguintes formatos de ensino: EAD – a modalidade de Educação a Distância possui aulas totalmente online. Proporciona a flexibilidade e a conveniência para cursar toda a graduação de qualquer lugar e no melhor momento do seu dia. A vantagem é assistir as aulas, entregar as atividades e fazer avaliações usando seu próprio celular ou computador. Esses cursos EAD proporcionam alta vivência digital, além de inserir o estudante em uma estrutura tecnológica de ponta, com ricos espaços virtuais.

A metodologia EAD Semipresencial 4.0 possui atividades assíncronas (no ambiente virtual), síncronas (aulas ao vivo por meio de web) e encontros presenciais periódicos para as atividades práticas.  As aulas presencias, a partir de 2022, serão realizadas nos Polos HUBs, ambientes laboratoriais, com estrutura e os melhores equipamentos para proporcionar esses encontros.

Na metodologia EAD Semipresencial 4.0i, o aluno não precisa ir até o Polo EAD, pois as aulas ao vivo são a distância, ministradas de modo inovador, criativo, participativo e com grande potencial de engajamento, com interatividade via chat, quiz, trabalhos em equipe, vídeos e aplicativos. Este modelo 4.0i é caracterizado pela versatilidade (acesso de acordo com a disponibilidade do estudante), aulas e encontros semanais, que ocorrem online e ao vivo. Dentre os cursos disponíveis destacam-se: Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Recursos Humanos, Relações Internacionais, Pedagogia, Terapias Integrativas e Complementares.

MB – Quais serão os grandes desafios das IES para este ano de 2022?

Luiz Henrique Amaral – A utilização intensa das novas tecnologias digitais de informação e comunicação, como apoio ao processo de ensino e aprendizagem, em especial aquelas centradas na interação aluno-aluno, aluno-professor e que possibilitem uma metodologia ativa de ensino, será uma exigência maior ainda no pós-pandemia. Os processos de qualificação do docente e de socialização das boas práticas de ensino, realizados no período de pandemia, serão consolidados e inovados constantemente. 

MB – Como implementar um projeto de ensino a distância que desperte o interesse dos estudantes, da geração nativos digitais, e fazer com que o ensino seja significativo e o conhecimento aplicado de forma crítica e efetiva?

Carlos Fernando de Araújo – Além de buscarmos tecnologia de ponta, a interatividade é algo fundamental para o processo. Tudo isso vai ao encontro das nossas metodologias 4.0 e 4.0i, que concedem aos estudantes acesso a uma aprendizagem adaptativa, personalizada, gamificada, com trilhas de aprendizagem que colaboram para o seu desenvolvimento humano e profissional. A Cruzeiro do Sul Virtual tem atuado com foco no sucesso do estudante: satisfação, engajamento, resultados de ensino e experiências de aprendizagem e sociais marcantes. Para isso, estamos trabalhando na formação de toda nossa equipe de professores e tutores com base nos princípios da Psicologia Positiva e esperamos implantar, em 2022, um novo ecossistema de aprendizagem virtual, que contemple todos esses componentes. 

E, ainda, a Cruzeiro do Sul Virtual está inaugurando polos EAD HUB. Os lançamentos fazem parte do projeto de expansão do Grupo para os seus mais de 220 mil alunos no ensino a distância. Os Polos HUBs são ambientes laboratoriais, com estrutura e os melhores equipamentos para proporcionar encontros presencias das atividades práticas dos cursos 4.0 da Cruzeiro do Sul Virtual. Esse momento de distanciamento social evidenciou a educação para características positivas, com novos significados e adaptações. O EAD 4.0, por exemplo, tem como objetivo unir os dois mundos, e veio para proporcionar momentos em que o estudante aprenda de forma remota, mas ainda assim possui o contato com professores e colegas de classe. Os Polos Hubs foram implementados em regiões estratégicas, para atender todos os discentes e levar uma experiência de qualidade, colaborando para uma trajetória de sucesso na vida acadêmica e prepará-los para o mercado de trabalho.

MB – Falando em acesso ao conhecimento e tecnologia, quais os benefícios e a diferença de ter uma plataforma como a Minha Biblioteca? 

Luiz Henrique Amaral – A utilização de e-books já era uma realidade antes mesmo da pandemia. Nos momentos de maiores restrições, uma plataforma digital como a Minha Biblioteca foi essencial para o acesso remoto ao conhecimento, permitindo que todas as atividades acadêmicas pudessem permanecer em pleno funcionamento, de forma rápida, segura e, em especial, inclusiva. Todos os nossos discentes, tanto na modalidade presencial, quanto à distância, professores e pesquisadores possuem acesso, ilimitado e simultâneo, às obras disponíveis nos catálogos da Minha Biblioteca, o que nos assegura a manutenção da oferta do ensino com qualidade, como se nossos estudantes estivessem presencialmente em nossas bibliotecas.

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