Bastam poucos cliques para que estudantes acessem, de seus smartphones, tablets ou notebooks, um acervo completo de e-books, com inúmeras funcionalidades, que facilitam os estudos e as pesquisas, de maneira ágil. Da mesma forma, docentes, bibliotecários e gestores das Instituições de Educação Superior (IES) têm à disposição uma tecnologia que contribui para o processo de aprendizagem e disseminação do conhecimento, com ferramentas que permitem recomendar os conteúdos para leitura e criar prateleiras de temas, de acordo com os planos de aula. 

Esses e outros recursos de uma biblioteca digital ficaram ainda mais evidentes e necessários, diante da pandemia e das restrições impostas por ela, em todo o mundo acadêmico. Nesse novo cenário, muitas instituições tiveram que se reinventar, quebrar paradigmas, adotar novas tecnologias e a Minha Biblioteca se mostrou uma parceira essencial na gestão do ensino, garantindo o acesso a milhares de ebooks e informações, de forma democrática, intuitiva e rápida, através de qualquer dispositivo conectado à internet.  Isso garantiu facilidade, praticidade e flexibilidade a todos os envolvidos na educação superior, cada vez mais integrados ao mundo digital. 

É nesse universo do conhecimento, tão próspero e ao mesmo tempo desafiador, que há 10 anos a Minha Biblioteca tem se consolidado como a principal solução de livros digitais para discentes, docentes e mantenedoras de IES, no Brasil. Um dos responsáveis pela expansão da marca é Mauro Lopes de Azevedo, CEO (Chief Executive Officer), desde março de 2020. Com uma história reconhecida no segmento, o executivo conversou com o Blog da Minha Biblioteca para contar um pouco desta trajetória e repercutir as transformações da empresa e da Educação, que se fortaleceram neste ano e que ainda estão por vir. 

MB – Como foi sua trajetória profissional até a chegada à Minha Biblioteca?

Mauro Azevedo – Minha estreia no mercado editorial aconteceu em 1998. Naquele ano, como Gerente de Varejo, fui convidado a assumir a implantação de uma rede de livrarias técnicas, voltada ao público consumidor de conteúdo jurídico, tanto profissional como acadêmico. Dediquei ali 15 anos da minha vida profissional, encerrando minhas atividades como Diretor de Operações.

Passei por mais duas empresas da mesma área, em cargos de diretoria, até ser convidado a assumir a Direção Executiva da Minha Biblioteca, em março de 2020, logo no início da pandemia do novo coronavírus.

MB – Qual o propósito da Minha Biblioteca e o que mudou na empresa com sua gestão?   

Mauro Azevedo – Nosso propósito é apoiar as IES na construção do conhecimento, de forma disseminada e democrática, sem renunciar à qualidade e excelência de conteúdos acadêmicos, embarcados em uma plataforma com tecnologia inovadora.

Na Minha Biblioteca, o objetivo é nos aprimorar todos os dias. Temos aqui uma máxima que é “hoje somos melhores do que éramos ontem, mas não tão bons quanto buscaremos ser amanhã”. Esse aperfeiçoamento passa por estarmos cada vez mais próximos dos nossos clientes e usuários. O propósito é entender suas necessidades e, na medida do possível, atendê-las, não nos limitando à disponibilização de conteúdo, mas compartilhando conhecimento entre nossos parceiros e promovendo uma experiência, na utilização dos nossos serviços, que supere as expectativas.

Nosso foco é sempre melhorar e comunicar, de maneira efetiva, os nossos serviços e diferenciais. Em 2020, por exemplo, iniciamos uma série de Webinars possibilitando ao nosso público o contato com as principais iniciativas sobre temas de grande relevância, para a gestão de acervos bibliográficos, processos regulatórios do MEC, boas práticas em biblioteconomia etc.  

Em janeiro de 2021, implantamos nosso departamento de Customer Success, com o objetivo de oferecer aos clientes a experiência completa na utilização dos nossos serviços, demonstrados no momento da contratação. Disponibilizamos treinamentos para utilização de todos os recursos da nossa plataforma, aos estudantes e professores das IES e demais clientes, com apresentações abertas ao público geral. Também lançamos, neste ano, uma nova interface do leitor, com design mais moderno e navegação mais rápida e intuitiva. Hoje, temos alguns novos projetos em desenvolvimento, sempre direcionados para estarmos cada dia mais próximos dos nossos clientes, parceiros e usuários.

MB – Você assumiu a empresa em um momento difícil. Os anos de 2020 e 2021 foram desafiadores para vários setores da economia. Como a MB passou por este período? 

Mauro Azevedo – Com certeza, vivemos momentos nunca imaginados fora das telas de cinema. Foi exatamente neste cenário que entendemos o quão é importante termos a capacidade de nos adaptarmos, de lidarmos com a adversidade e fazermos com que as forças destas mudanças se tornem aliadas, na busca dos resultados excepcionais. Durante este período, procuramos melhorar ainda mais e submetemos a empresa a diversos ajustes internos. Ampliamos nosso quadro de colaboradores e nos estruturamos para sermos mais ágeis e dinâmicos, em todas as nossas atividades. Implantamos novos sistemas de gestão, controles e processos. Oferecemos aos nossos funcionários uma série de cursos de aprimoramento profissional, além de um trabalho que foi desenvolvido por uma consultoria em RH, com foco em assertividade nos relacionamentos com nossos clientes internos e externos. 

O número de usuários da plataforma MB supera os 4 milhões que, em 2021, leram 322 milhões de páginas. Tivemos um crescimento de 29% em nossa base de clientes e um índice de renovação dos nossos contratos, até o momento, de 92%

MB – Quais foram as principais dificuldades na condução do negócio, durante a pandemia?

Mauro Azevedo – Nós reagimos bem e nos adaptamos ao modelo home office. Nosso time se engajou ainda mais e respondeu positivamente e com velocidade às dinâmicas impostas pelo distanciamento social. Conseguimos aumentar nosso quadro de colaboradores e implantamos uma série de inovações durante este período. Até mesmo a integração dos novos funcionários, ao time da MB, ocorreu de forma bastante satisfatória. Mas, em todo este processo, por melhor que ele venha se desenvolvendo, fica um “gosto amargo”, pois olhamos com preocupação para fora do nosso ambiente e percebemos as dificuldades que muitos profissionais e diversos setores da economia vêm enfrentando.

MB – Quais as peculiaridades e desafios deste mercado?

Mauro Azevedo – As transformações pelas quais todos somos submetidos, diariamente, ocorrem com maior velocidade, impondo mudanças urgentes em nossos modelos de atuação. O mercado de Educação vem se empenhando para acompanhar esse ritmo. Afinal, a disseminação e democratização do acesso ao conhecimento é a chave para o desenvolvimento de uma sociedade mais próspera e equilibrada. Podemos confirmar isso, olhando para os países que, nas últimas décadas, investiram maciçamente em Educação. Nós, da Minha Biblioteca, nos enxergamos como colaboradores no ecossistema educacional e trabalhamos para oferecer aos bibliotecários, professores, gestores e estudantes, um seleto acervo acadêmico e profissional, contribuindo de forma efetiva, com a Educação e Pesquisa.  

MB – Qual o tamanho da Minha Biblioteca hoje?

Mauro Azevedo – Disponibilizamos, em nossa plataforma, mais de 10 mil títulos selecionados. Atendemos cerca de 800 Instituições de Educação Superior, cobrindo as suas necessidades relativas à bibliografia básica e complementar para aproximadamente 400 cursos. O número de usuários da plataforma MB supera os 4 milhões que, em 2021, leram 322 milhões de páginas. Neste ano, tivemos um crescimento de 29%, em nossa base de clientes, e um índice de renovação dos nossos contratos, até o momento de 92%. Isso nos leva a acreditar que caminhamos ao encontro das necessidades das IES.

MB – O que esperar de 2022?

Mauro Azevedo – Para o próximo ano, planejamos aprimoramentos em nossas atividades, visando dar continuidade ao crescimento dos números, tanto no de instituições atendidas e de usuários, como no aumento da cobertura dos cursos. Nossa evolução tem se baseado na melhoria dos nossos relacionamentos e serviços oferecidos aos clientes, parceiros e fornecedores.

A cada dia comprovamos que a teoria de que o acervo virtual atende, exclusivamente, os cursos no modelo EAD vem se desfazendo. Na prática, estamos demonstrando que atende também, com muita eficiência e redução de custos, os cursos presenciais e híbridos

MB – Como você avalia o modelo universitário atual e o que é preciso para atender as demandas de uma educação mais tecnológica, que exige novas habilidades dos docentes e estudantes? 

Mauro Azevedo – A necessidade de atualização já, há algum tempo, passou a ser uma constante em nossas vidas e não somente no meio universitário. Mesmo antes da pandemia, já sofríamos com um contingente de desempregados que não conseguiam uma colocação profissional, por falta de qualificação adequada, e podemos incluir nesse número jovens com formação universitária. Na outra ponta, vimos e continuamos a ver, uma série de empresas com grandes dificuldades em compor seus quadros, devido a não adequação das qualificações dos candidatos. 

Penso ser necessário que as IES olhem para as necessidades destes novos tempos, desenvolvendo modelos de ensino que atraiam o jovem, que o incentive a buscar novos conhecimentos e ser gestor da sua vida e carreira. Os universitários de hoje possuem uma visão e dinâmica de vida muito diferente das gerações anteriores. Temos diversas IES que já ingressaram neste processo de atualização e mudança. Mas, na minha opinião, ainda estamos atrasados.

Um outro ponto que entendo relevante, mesmo não sendo especialista no assunto, é que as IES estão sendo obrigadas, já há algum tempo, a assumir a tarefa de nivelamento entre os que ingressam em seus cursos. Infelizmente, os nossos estudantes finalizam o ensino médio com níveis de conhecimento muito diversificado, impondo dificuldades aos egressos nos cursos de graduação. A instituição de ensino, que não obtém êxito neste nivelamento, acaba criando um contingente de discentes que, quando não abandonam a graduação, buscam tão somente obter o diploma, com a expectativa de melhores chances no mercado de trabalho, em detrimento do verdadeiro objetivo de um curso de graduação, que é ampliar o nível de conhecimento e fomentar o desejo pelo aprimoramento em seus estudantes. 

MB – Qual o impacto da tecnologia, no âmbito das IES, pensando em ferramentas de ensino e aprendizagem?  Como a Minha Biblioteca tem contribuído neste processo, no EAD e, também, nos cursos presenciais? 

Mauro Azevedo – Felizmente, a cada dia comprovamos que a teoria de que o acervo virtual atende, exclusivamente, os cursos no modelo EAD vem se desfazendo. Na prática, estamos demonstrando que o acervo virtual atende também, com muita eficiência e redução de custos, os cursos presenciais e híbridos, uma vez que os atuais instrumentos de avaliação do MEC/INEP possibilitam essa adequação.

Em nosso canal do Youtube e aqui, no blog, temos compartilhado com os clientes e com aqueles que ainda não o são, uma série de webinars, artigos e conteúdos relevantes, nos quais profissionais das mais renomadas IES, consultores da área de educação e do MEC, discorrem sobre suas experiências, com a utilização dos recursos da plataforma Minha Biblioteca e os ganhos na qualidade de ensino, captação e retenção dos estudantes.

Podemos incluir aqui, também, como nossa participação tem contribuído neste processo, como já mencionamos, a criação da área de Customer Success, curadoria do catálogo etc. Para 2022, pretendemos implementar novas ações, em razão da necessidade que sentimos em apoiar as IES nestes e novos desafios que virão. Hoje, além de fornecer conteúdo aos cursos, fomentamos a troca de conhecimento e experiências entre os profissionais da área de Educação Superior.

MB – Você acha que as universidades estão prontas e abertas para este novo cenário? Como elas têm buscado se reinventar?

Mauro Azevedo – Creio que abertas às mudanças sim, preparadas nem todas. Mas temos parceiros que já vinham trabalhando e aprimorando diversos pontos em suas IES, sempre buscando atender as demandas exigidas pela evolução tecnológica, do mercado de trabalho e do perfil dos estudantes. Algumas pesquisas, realizadas com discentes de graduação, têm mostrado a preferência pelo modelo híbrido de ensino. O conforto de assistir uma aula no modelo remoto é inegável, mas sabemos que o convívio social em sala de aula é um fator que contribui muito para a formação profissional e social. 

De qualquer forma, a pandemia acelerou muitos processos, forçando trazer para o presente uma série de planos que estavam alocados, em médio e longo prazo, dentro dos cronogramas de desenvolvimento das instituições.

Em nossos webinars e, também, nas entrevistas do nosso blog, é possível encontrar diversos exemplos do que descrevo aqui, mudanças executadas com esmero e estratégia, promovendo um salto na qualidade dessas IES e superando as mais otimistas expectativas. E, um ponto muito importante a destacar, é que os detentores desse sucesso estão dispostos a compartilhar suas experiências com os demais players do mercado. Nós colaboramos com este trabalho.

MB – Que legado a Educação carrega destes últimos dois anos? Que base de conhecimento devem multiplicar: recuperar o tempo perdido ou se remodelar a um novo momento? 

Mauro Azevedo – Vejo um legado de resiliência e superação. Dirigentes, professores, bibliotecários, entre outros profissionais da área de Educação, se reinventaram para buscar soluções para situações não existentes em um passado recente, imediato. Como já mencionei, muitas destas soluções não só atenderam as necessidades advindas da pandemia, para manter os cursos de graduação funcionando, como elevaram o nível de qualidade de muitas delas. Recuperar o tempo perdido, a meu ver, está ligado diretamente ao remodelar-se. Muito se usou a expressão “novo normal”, eu traria para a conversa a expressão “novo momento”.

MB – Além do universo acadêmico, a Minha Biblioteca também tem clientes na área corporativa e organizações públicas. Como outros setores podem se beneficiar da plataforma?

Mauro Azevedo – Temos, em nossa carteira de clientes, diversos órgãos públicos, especialmente do setor Judiciário e Saúde, como também algumas empresas e bancos. Os benefícios em assinar a plataforma Minha Biblioteca são diversos, dos quais podemos citar a redução dos custos com aquisição de obras impressas e a consequente otimização dos espaços nos escritórios. Vale destacar, ainda, que é possível contar com um catálogo técnico – mensalmente atualizado – vasto e selecionado, com acesso simultâneo e ilimitado a todos os colaboradores, em todas as unidades e em qualquer localização, durante os sete dias da semana. Além disso, dispomos de ferramentas que possibilitam o compartilhamento de informações, pesquisa avançada, recursos que proporcionam a acessibilidade, maior agilidade e ganho de desempenho nas atividades profissionais diárias. 

MB – Como você projeta a Minha Biblioteca na próxima década?  Quais as possíveis áreas de expansão? 

Mauro Azevedo – Projetamos, com muita clareza, uma década de bastante crescimento e trabalho, tendo a inovação como a chave deste caminho. Queremos estar cada vez mais próximos dos nossos parceiros e usuários, possibilitando assim, identificar o que podemos melhorar para contribuir com o processo de ensino e aprendizagem. Almejamos ser cada dia mais relevantes para as IES, trabalhando com colaboração e buscando suprir as necessidades dos nossos parceiros. Crescimento, com qualidade e sustentabilidade, são também ingredientes fundamentais deste plano. 

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