O conceito de lifelong learning acompanha as mudanças constantes do mercado de trabalho, com a renovação do conhecimento e a atualização das tecnologias. Ele parte de uma premissa simples: o aprendizado não tem data para acabar. Ou seja, mesmo com o diploma em mãos, em qualquer nível de escolaridade, é essencial adotar uma postura aberta ao conhecimento.
Hoje, com a expansão desse tema nas rodas de debates por educadores, sabe-se que o conceito já é cultivado desde os primeiros anos do ensino. Isso porque quando chegar à Educação Superior, o estudante já terá uma mentalidade diferente e mais alinhada com as necessidades do mercado de trabalho no qual irá atuar.
No entanto, nada impede que o lifelong learning seja aplicado nos cursos de graduação, pós-graduação e até mesmo no ambiente de trabalho, a chamada employee experience.
Neste artigo, abordamos o que é o lifelong learning, os principais pilares que sustentam esse conceito e a importância dessa abordagem para a educação. Ao final, a Minha Biblioteca também apresenta dicas importantes de como o professor pode aplicá-lo em uma instituição de educação.
Confira!
O que é lifelong learning?
Lifelong learning é um conceito que pode ser traduzido livremente como “aprendizado ao longo da vida”. Sendo assim, a aquisição de conhecimento é enxergada como um processo contínuo.
Partindo dessa premissa, obter um diploma de Educação Superior não seria o fim da trajetória profissional. O desenvolvimento acontece durante toda a vida de uma pessoa, sem considerar apenas um curso ou um conhecimento específico.
Entre os vários exemplos de aprendizagem contínua estão os cursos de aprimoramento, os estudos direcionados a técnicas específicas, o aprendizado por meio da gamificação e o estudo de um novo idioma.
Já na atuação profissional, a absorção do conhecimento na prática, bem como o incentivo ao aprendizado extra dentro das empresas, também correspondem a ótimos exemplos do lifelong learning.
Qual é a importância da aprendizagem contínua?
A aprendizagem contínua pode ser compreendida como um diferencial competitivo para os profissionais. Quem enxerga o desenvolvimento de maneira ininterrupta tende a ser mais valorizado pelas empresas, visto que representa pessoas com aptidão para liderança e com tendência a entregar melhores resultados.
Além disso, o lifelong learning indica que o colaborador tem uma postura de regularidade. Dessa forma, a filosofia contribui para que funcionário se antecipe, acompanhe e corresponda às constantes transformações do mercado.
De acordo com o relatório Future of Jobs 2020 do Fórum Econômico Mundial, apresentar resiliência e ter disposição para aprender de forma ativa são as principais habilidades do profissional do futuro.
Ou seja, é um viés essencial para o colaborador e que pode ser desenvolvido pelo corpo docente da universidade para formar pessoas e profissionais ainda mais preparados para os desafios.
Quais são os benefícios do lifelong learning?
Entre os principais benefícios do lifelong learning para os profissionais, podemos listar:
- desenvolvimento de competências técnicas;
- estímulo da criatividade;
- capacidade de inovação;
- domínio de tecnologias recentes;
- habilidade de propor soluções disruptivas.
Por outro lado, as empresas também ganham quando essa filosofia é posta em prática. É provável que as rotinas organizacionais se tornem mais produtivas e que os profissionais estejam aptos a oferecer melhores respostas aos desafios cotidianos.
Quais são os 4 pilares do lifelong learning?
Para melhor entender os princípios e as etapas do lifelong learning, existem 4 pilares do aprendizado contínuo: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser.
Entenda cada um deles a seguir.
1. Aprender a conhecer
Inicialmente, a visão do lifelong learning para a aquisição de conhecimento abrange a própria prática de aprendizado. “Aprender a conhecer”, portanto, envolve o prazer e a curiosidade de conhecer novos saberes.
Nesse sentido, esse primeiro pilar está relacionado ao pensamento crítico sobre o conteúdo. O estudante pode confrontar ideias e refletir sobre o conteúdo.
Além disso, ele pode fazer questionamentos sobre o conhecimento apresentado para fixação dos temas debatidos e para entender como aquilo se relaciona com o cotidiano dele.
2. Aprender a fazer
Depois, “aprender a fazer” significa considerar relações interpessoais e habilidades comportamentais, como o trabalho em equipe e o desenvolvimento da proatividade. Além disso, a inteligência emocional é outra das competências essenciais para o desenvolvimento pessoal e profissional e que está inclusa nesse conceito.
Dessa forma, estabelecer uma comunicação eficiente e demonstrar capacidade de se adaptar ao novo também podem ser incluídos nesse tópico.
3. Aprender a conviver
Já o pilar de “aprender a conviver” é uma habilidade relacionada às relações interpessoais. A empatia, os vínculos com os outros e a capacidade de resolver conflitos são incentivados com o lifelong learning.
Com isso, é possível promover debates estimulantes, parcerias de trabalho e uma ajuda mútua no desenvolvimento dos estudantes dentro de sala de aula, o que, posteriormente, eles levarão para a vida.
4. Aprender a ser
Por último, “aprender a ser” envolve a capacidade de absorver coisas novas o tempo todo. Para isso, ampliar a sua autonomia é essencial.
A partir do momento em que a pessoa assume a responsabilidade pelo seu aprendizado e descobre as suas potencialidades, ela é constantemente desafiada. Como resultado, ela terá mais chance de se desenvolver, encontrar soluções para problemas e, assim, assumir um papel de protagonista no aprendizado.
Vantagens de aplicar o lifelong learning nas instituições de ensino
Promover uma metodologia que foca o aprendizado contínuo pode trazer grandes benefícios para instituições de ensino. Para tanto, é necessário um trabalho conjunto entre a gestão universitária e o corpo docente para promover ações que estimulem o engajamento dos estudantes.
Ao construir o lifelong learning, a instituição tem a ganhar com:
- Atração de públicos de diferentes idades: o conceito estimula o aperfeiçoamento contínuo, logo as pessoas se sentem atraídas por instituições que apoiam que não há idade para aprender (seja com o início de uma nova graduação, seja com cursos livres de atualização ou técnicos);
- Melhores resultados para a instituição: o estudante se torna protagonista no processo de aprendizagem, garantindo maior aproveitamento dos conteúdos e otimização dos resultados nas avaliações (internas e externas);
- Incentivo à interdisciplinaridade: não há conhecimento direcionado, logo os estudantes podem aprender temas novos de quaisquer áreas. Isso ajuda a atrair mais estudantes e garantir mais rentabilidade às instituições;
- Abertura de novas turmas: novos cursos e novas modalidades de ensino podem ser implementados a partir do estudo de novos perfis de estudantes, acompanhando os interesses e as oportunidades de mercado.
Como aplicar o lifelong learning na instituição de ensino?
Agora que você já conhece os principais pilares do lifelong learning e os benefícios de implementá-lo, é essencial saber quais passos seguir para pôr essa filosofia em prática. Confira!
1. Conheça as tendências do mercado profissional
Para começar, informar-se sobre as tendências do mercado profissional pode auxiliar você a entender quais são as ferramentas tecnológicas e os conceitos mais requisitados. Desse modo, é possível atualizar os cursos para que os estudantes se preparem de forma eficiente para os desafios constantes da atualidade.
2. Impulsione o aprendizado por meio da Educação 5.0
A Educação 5.0 é uma proposta que utiliza vários elementos tecnológicos para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e a promoção do bem-estar. O trabalho colaborativo, a melhoria do relacionamento interpessoal, a gestão de conflitos e a fluidez na comunicação são alguns aspectos a serem explorados no lifelong learning.
3. Estimule a busca por conhecimento para além da grade curricular
Conforme o conceito de lifelong learning, a busca por conhecimento pode ir além da grade curricular dos cursos. Participar de grupos de estudo, exercer voluntariado, se envolver em atividades de extensão e ir a eventos acadêmicos estão entre as práticas que podem ser estimuladas.
Assim, promova ações que incentivem os estudantes a buscar por conteúdos multidisciplinares, atividades extracurriculares e minicursos que promovam uma experiência integradora e de troca durante a jornada acadêmica.
4. Faça avaliações e apresente feedbacks sobre habilidades e competências do estudante
As avaliações e a apresentação de feedbacks sobre habilidades dos estudantes são essenciais para que sejam identificados pontos de melhoria. No entanto, não são muitas instituições que promovem esse tipo de análise.
Use espaços on-line, como o AVA, ou mesmo questionários nas avaliações semestrais para revisitar essas competências. Essa é uma ação que possibilita entender quais são os ajustes que podem ser feitos para potencializar o aprendizado.
5. Use a tecnologia para o aprendizado contínuo
A tecnologia é outra aliada para o aprendizado. Os assuntos podem ser abordados de diferentes maneiras com o uso de recursos tecnológicos – conteúdos multimídia, podcasts, e-books e outros. Além disso, as ferramentas de comunicação, como as redes sociais e os grupos de mensagens, podem facilitar o engajamento.
Esse estímulo é fundamental para encantar o estudante e promover uma ampliação do que é considerado por ele um local de aprendizado. Apresente possibilidades e novas formas de uso que ressignificam o espaço virtual, especialmente para cursos presenciais.
6. Adote uma biblioteca digital como forma de aprendizado contínuo
A biblioteca digital é um recurso que auxilia a aprendizagem contínua porque expande o conhecimento, dando acesso a conteúdos de diferentes áreas de qualquer lugar e por meio de diferentes dispositivos. Com isso, os leitores podem aproveitar essa flexibilidade para incluir o estudo mais facilmente em suas rotinas.
De outro modo, o acervo virtual ainda permite a customização do conteúdo. Os usuários conseguem usar opções de realce e anotações para que a experiência de aprendizado seja personalizada.
Ou seja, é uma ferramenta que reúne praticamente tudo o que é proposto pelo lifelong learning e que traz grandes benefícios, tanto para o estudante quanto para a comunidade acadêmica.
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